domingo, 9 de novembro de 2008

Fotografia: o bordel sem paredes

"Numa cultura como a nossa, há muito acostumada a dividir e estilhaçar todas as coisas como meio de controlá-las, não deixa às vezes, de ser um tanto chocante, lembrar que, para efeitos práticos e operacionais, o meio é a mensagem. (...) Ninguém pode desfrutar uma fotografia solitariamente. Ao ler e escrever, pode-se ter a ilusão de isolamento, mas a fotografia não favorece tal disposição. A consciência do poder de transformação da fotografia muitas vezes transparece nas estórias populares, como a da mulher que exclamou: "Mas que amor de criança!" - para ouvir da mãe a seguinte resposta: "A senhora tinha de ver uma fotografia dela." Muita gente estaria inclinada a dizer que não era a máquina, mas o que se fez com ela, que constitui de fato o seu significado ou mensagem. (...) Isto apenas significa que as consequências sociais e pessoais de qualquer meio - ou seja, de qualquer uma das extensões de nós mesmos - constituem o resultado do novo estalão introduzido em nossas vidas por uma nova tecnologia (...)."
© Marshall McLuhan
(Os meios de comunicação como extensões do homem, 1997)
Foto: © Abelardo Morell

3 comentários:

Anônimo disse...

Meg amiga,

mais uma vez, parabéns. Toda vez que eu passo por aqui, aprendo um pouco mais neste seu blog tão bonito.

Vc conhece o Morell lá na revsita? Passa lá. Está no número 1 e tem 5 vídeos que gravamos com ele.

Vc vai gostar. Morell é único.

Ab.

Meg Rodrigues disse...

Oi Versiani,

Puxa vida, muito legal sua visita.
Muito obrigada!
Tem dias que abro a página do blog e até faz eco, ou quase, minha paixão por fotografia acaba preenchendo todos os cantinhos.

É possível, sim, que eu tenha visto as fotografias do Morell na revista.
O trabalho dele é incrível. Esta foto é de 1999. Vou espiar os vídeos.

Um grande abraço

A Respigadeira disse...

"Ao ler e escrever, pode-se ter a ilusão de isolamento, mas a fotografia não favorece tal disposição."

Que posso acrescentar mais? Está perfeita!