sexta-feira, 18 de abril de 2008

Arte e preconceito

"A trajetória da fotografia no processo cultural brasileiro embaralha os preconceitos. No século XIX, as Exposições Gerais da Academia Imperial aceitavam a fotografia - ou seja, estiveram abertas para o novo meio moderno. Poderia parecer paradoxal que não houvesse lugar para a fotografia na Paulicéia Desvairada e na Semana de Arte Moderna, pois até 1922 os semanistas foram hostis à fotografia, denotando o completo desconhecimento das possibilidades expressivas da fotografia. Não faltaram declarações de Oswald de Andrade ("Arte não é fotografia, nunca foi fotografia! A arte é expressão, símbolo comovido!", 1921) e de Mário de Andrade ("Fujamos da natureza! Só assim a arte não se ressentirá da ridícula fraqueza da fotografia... colorida", 1921-22). Afinal, a mistificada Semana tinha seu ranço acadêmico, pois reduziu as artes visuais às categorias do próprio ensino acadêmico (pintura, escultura, desenho, artes decorativas e arquitetura - já que não ousou com cinema ou fotografia)."
© Paulo Herkenhoff
Foto: © Augusto Malta (1864-1957)

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