O livro O Universo das Imagens Técnicas: Elogio da superficialidade, de Vilém Flusser, AnnaBlume Editora, 2008, teve sua primeira edição em alemão, em 1985, é um ensaio sobre o futuro imediato, uma crítica da revolução cultural da atualidade. Em meio aos novos gadgets todos, uma fotografia é reproduzida sem qualquer tipo de aprendizagem, copiada sem o conhecimento quanto aos processos óticos e químicos do original. As imagens aparecem, enquanto superfícies aptas a serem manipuladas dialogicamente. Flusser formula precisamente o fato de "os problemas técnicos da nova cultura podem ser desprezados e relegados a especialistas." Não dialogamos mais com as imagens, estão inscritas num programa, apenas sintetizamos todas as informações recebidas e armazenamos automaticamente em "memórias indestrutíveis". A solidão a que ele se refere frente a uma tela do computador é o vazio provocado pela ausência de criatividade: "Todos recebem imediatamente um número colossal de informações, mas todos recebem o mesmo tipo de informação, não importa onde estejam."
Foto: © Dorothea Lange (Archive Library of Congress, FSA,1939)
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