É um animal com uma cauda grande, de muitos metros de comprimento, parecida com a da raposa. Por vezes eu gostaria de segurá-la, mas é impossível; o animal está sempre em movimento, a cauda sempre de um lado para outro. O animal tem algo de canguru, mas a cabeça pequena e oval não é característica e tem alguma coisa de humano; só os dentes têm força expressiva, quer os esconda ou mostre. Tenho seguidamente a impressão de que o animal quer me amestrar; senão, que propósito pode ter ao retirar-me a cauda quando quero agarrá-la, e depois esperar tranquilamente que ela volte a atrair-me, para logo tornar a saltar?"
Jorge Luis Borges e Margarita Guerrero (O livro dos seres imaginários, Tradução Carmen Vera Cirne Lima, Editora Globo, 1981).
Foto: © Diane Arbus (Jorge Luis Borges, 1899-1986)
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