"Escuto o vento trazendo o som de uma sirene. Estou completamente sozinho... Nesse exato momento há barcos de onde vem o som de música; as luzes estão se acendendo em todas as cidades da Europa; os comunistas e os nazistas estão lutando nas ruas de Berlim, trabalhadores desempregados estão andando pelas calçadas de Nova York, mulheres sentadas diante do espelho, estão colocando sombras nos olhos. E eu estou aqui, nesta rua vazia, e cada tiro que sai pela janela em Neukölln, cada grito sangrento que vem dos corpos feridos sendo levados, os gestos minuciosos dessas mulheres se maquiando dão o ritmo de cada um de meus passos, de cada batida de meu coração." (Jean-Paul Sartre, A Náusea, Paris,1938). Como a impossibilidade de se atingir a representação (através da representação), o personagem de Sartre tenta abarcar essas numerosas multidões, assim, como num ato fotográfico: a memória do fotógrafo, a possibilidade de uma memória do mundo. Em viagem ao Brasil, Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir são fotografados na calçada de Copacabana. Sartre, escritor e filósofo existencialista, veio ao Rio janeiro em 1960 para o lançamento do livro Furacão sobre Cuba, seu depoimento sobre a Revolução Cubana, publicado pela Editora do Autor, fundada por Walter Acosta, Fernando Sabino e Rubem Braga.
Foto: © AFP (Agence France Presse, Rio de Janeiro,1960)
Um comentário:
Olá Meg, tudo bom?
obrigado pelo comentário no blog do Cineclube Móvel.
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