Quando Elliott Erwitt comunicou à diretoria da agência Magnum Photos da decisão de expandir seu trabalho para o segmento comercial de publicidade, recebeu duras críticas. Para muitos se tratava de uma traição quanto aos ideais de Robert Capa. Mas, gradualmente, os outros fotógrafos foram cedendo. Nos anos 60, o clima era de insegurança, a tensão entre os Estados Unidos e a União Soviética crescia, refletindo-se na política e na economia. Do ponto de vista profissional o mercado publicitário oferecia vantagens, pois permitia que Erwitt viajasse por todo o mundo, e com tempo livre, a oportunidade de fazer algumas fotos para acervo da Magnum. A primeira grande campanha publicitária foi encomendada pela agência Ogilvy&Mather, um institucional com fotos do violoncelista Pablo Casals, para o governo de Porto Rico. Acompanhando de perto a produção de suas fotografias, o diretor Bill Bernbach, da Doyle Dane Bernbach, observou uma significativa modificação estética dos anúncios, marcada pelo instinto jornalístico de Erwitt. Em 1961, para o cliente IBM, Erwitt quis fazer a fotografia de um relógio contra o pano de fundo à cidade de Brasília. Terminado o trabalho, ouviu a notícia do sequestro do navio português Santa Maria, avistado perto da costa de Recife, Pernambuco. Erwitt juntou-se aos cerca de 350 fotógrafos e jornalistas que cobriam o evento, e que rendeu o Prêmio Esso ao fotógrafo Antônio Lúcio, do jornal O Estado de S. Paulo.
Foto: © Elliott Erwitt / Magnum Photos
3 comentários:
A mudança nem sempre é negativa! Excelente registo!
E por que não!... A publicidade só teve a ganhar contratando esse genial fotografo americano!!!
Moizes Vasconcellos
Felizmente Erwitt se libertou das restrições ao seu trabalho.
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