Luiz Carlos Barreto

Luiz Carlos Barreto iniciou sua carreira na imprensa em 1950 como repórter fotográfico da revista O Cruzeiro. Durante mais de quinze anos, com sua Leica M3, Barreto exerceu seu trabalho vinculado à nova visão da fotografia, que teve início com Erich Salomon e seguida por Cartier-Bresson, na qual o conteúdo da imagem é tão importante quanto a sua qualidade estética. A apropriação criativa de Barreto, cuja técnica aparentemente simples, o obriga a conhecer e explorar o máximo os recursos específicos do processo fotográfico; neste aspecto, revela-se a análise objetiva e desmistificadora da fotografia de reportagem que além de criar uma imagem válida por si mesma, é um veículo comunicativo que remete ao observador a realidade. Desta forma, esse universo da fotografia de reportagem será constituído de viagens, personalidades, política e esporte. Barreto e José Medeiros eram os fotógrafos preferidos de Assis Chateaubriand. Na biografia, Chatô o rei do Brasil, Fernando Morais conta que Chateaubriand, levando a tiracolo o repórter e fotógrafo Luiz Carlos Barreto, desembarcou em Paris com uma bagagem singular: cinco cachos de banana-da-terra e duas caixas de milho verde. Só no começo da madrugada, ao final do banquete, é que Barreto entendeu a razão daquilo: o patrão tinha conseguido um cozinheiro nordestino para fazer a sobremesa. Assim que terminaram de servir os pratos quentes, Chateaubriand pediu a palavra: "Mandei fazer uma sobremesa especial para vocês verem como é insípida essa pâtisserie francesa. Vamos colonizar a França com canjica e banana frita. Que entrem os garçons com essa experiência civilizatória!"
Foto: © Luiz Carlos Barreto