“Esta é, talvez, a casa mais feliz na face da terra. Pablo Picasso mora aqui.” Publicado em 1958, “O mundo privado de Pablo Picasso”, o primeiro dos sete livros de David Douglas Duncan sobre o artista e amigo. Duncan o saudava de “Maestro”, Picasso só o chamava pelo nome de Ishmael. Por três meses, Duncan conviveu com Picasso em sua casa (Vila La Californie) em Cannes, França, fotografando-o a cada hora do dia, reunindo um acervo de mais de 10.000 negativos. Duncan perguntou se havia algumas fotografias que ele preferiria que fossem omitidas do livro e Picasso respondeu: “Como pode pensar em semelhante coisa? Elas são conforme você me vê... são verdadeiras!” Quando alguns visitantes perguntaram quem era o fotógrafo, Picasso mostrou-lhes um livro que Duncan fizera sobre a Guerra da Coréia. Enquanto viravam as páginas, Duncan manteve a câmera voltada para Picasso, e diante das fotografias de guerra seus olhos embaçaram de compaixão. “Foi o rosto mais trágico que jamais fotografei”, declarou Duncan.
“Observando-os atentamente através do estúdio... o garoto dando pulos no ar... aquele homem silencioso concentrando-se por inteiro num pedaço de corda e na brincadeira... os banhistas riscados a carvão reunidos lá no fundo... compreendi que naquilo ali estava o núcleo da grandeza de Picasso – e a sua mais bela mensagem aos homens do seu tempo e de quaisquer outros tempos. Aquilo nada tinha que ver com pinturas, ou telas, ou bronzes, ou carvão, ou argila, ou cores, nem com outro material de arte de qualquer espécie. Era apenas o seu exultante e potencial brado de todos os dias: ‘Es una cosa muy rara!’, em resposta à secreta e atônita interrogação de todos os homens sobre a vida propriamente dita.” David Douglas Duncan.
Fotos: © David Douglas Duncan (Pablo Picasso, 1957)
3 comentários:
MARAVILHOSO!
Querida Meg,
muito obrigada pela palavras que tem deixado no meu blogue. Apesar de um Oceano e muitos km a separar-nos, considero-a uma Amiga.
Um grande beijo e tudo de Bom para si!
Parabéns!
Postar um comentário