Em fevereiro de 1968, durante os primeiros dias da ofensiva do Tet em Saigon, no auge da Guerra do Vietnã, Eddie Adams (1933-2004), que na época trabalhava para a AP (Associated Press), fez esta fotografia, e pela qual seria sempre lembrado: a execução do prisioneiro vietcong, a sangue frio, pelo general Nguyen Ngoc Loan. Publicada em todo o mundo, a foto tornou-se um dos símbolos da brutalidade da guerra e, do importante papel do testemunho nas campanhas antiguerra. Com um extenso conjunto de trabalhos realizados, incluindo a cobertura da Guerra da Coréia e do funeral de John F. Kennedy, Eddie Adams, em entrevista à revista Time, preferiu comentar a respeito do livro "Boat of no smiles" (1977), série de fotografias de refugiados vietnamitas, e aproveitou para contestar o que o incomodava mais - ser famoso por um único evento, particularmente, sem menosprezar a reportagem: "O general matou o vietcong, eu matei o general com a minha câmera".
Adams documentou ao todo treze conflitos mundiais e recebeu mais de 500 prêmios. O projeto de uma retrospectiva de sua carreira ao longo de 45 anos, só foi possível em 2008. No texto de introdução, por Alyssa Adams, o pedido estranho do autor: de maneira alguma, o livro fosse publicado enquanto estivesse vivo. Eddie Adams desejava se libertar do rótulo de fotojornalista e apresentar-se como fotógrafo de guerra; com uma visão mais ampla do seu trabalho e com a experiência de quem documentou os horrores de que a raça humana é capaz: uma imagem em guerra consigo própria tanto ou mais quanto com a sua época.
Fotos: © Eddie Adams (Saigon, 1968 / Umbrage Editions, 2008)
Link: An Unlikely Weapon - The Eddie Adams Story
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