
Em 1973, numa matéria publicada na revista suíça Camera, Goldblatt escreveu o seguinte sobre o trabalho dos mineiros: Apesar da tecnologia sofisticada, a mineração é essencialmente rudimentar nas profundezas da terra. A complexa hierarquia de empregos é dirigida pelo "Sinker master", ele é o capitão do navio, tecnocrata, explorador, governador colonial, tudo em um, é ele que está à frente de uma equipe de trabalhadores assalariados. Há um âmbito preciso e limitado em todas as etapas, e cada homem sabe exatamente onde está dentro da hierarquia de trabalho, é uma hierarquia de raça. Nos termos da legislação de mineração Sul-Africana, africanos (exceto em algumas minas) são restritos a uma escala menor de valores de remuneração. Particularmente interessante é o paradoxo de aceitação e de lealdade ao sistema. Mas quando ocorre um deslizamento e os homens ficam presos, eles encaram o alto risco do resgate com uma coragem inimaginável – de branco para negro, e de negro para branco. David Goldblatt continua fotografando a sociedade Sul-Africana de hoje, abordando as relações raciais após o fim do apartheid e outros problemas contemporâneos, tais como a epidemia de AIDS.
Fotos: © David Goldblatt / Goodman Gallery (Hillbrow, Johannesburg, 1972 / Mina de ouro, 1966)
Um comentário:
Caray, me recuerda el derrumbe de una mina en el norte de mi pais, donde 33 mineros quedaron atrapados, su solidaridad marco las fronteras!
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