Em 1992, Robert Frank fotografou durante cinco dias em Pangnirtung, pequeno vilarejo na ilha de Baffin, Nunavut, no Canadá. Região de invernos longos, de ventos fortes, Pangnirtung não recebe luz solar direta (de fevereiro a novembro), devido à presença de altas montanhas costeiras. Publicado quase vinte anos depois (Steidl), 27 fotografias (polaroids) da paisagem desolada, branca, com suas casas pré-fabricadas. No final do livro, uma referência quanto à sua localização, um mapa mostra ser uma região ao Noroeste. A escritora e fotógrafa Ellen Rennard comentou sobre o livro: – não há seres humanos, nenhuma movimentação de transeuntes surpreendidos pela câmera, Rennard chegou a usar uma lupa para ter certeza disso. Ela observou atentamente as fotos de Pangnirtung, e em seguida para The Americans. Robert Frank ao longo de sua carreira adotou uma atitude extremamente crítica a tudo o que se transformava em regra, inclusive, a influência de The Americans, o que explica a sua postura contrária à fama. Segundo o crítico A.D. Coleman, "Frank trabalhou com afinco para não se destacar e persuadir a todos, inclusive a ele mesmo, de que seu livro The Americans foi realmente uma casualidade ou, de outra maneira, que não se deveria esperar dele nada parecido."
Fotos: © Robert Frank (reproduções Photoeye)
4 comentários:
e é bem diferente o olhar...
Oi, Luis
Você sabe contar (e selecionar) ótimas histórias.
Nesta era de busca incansável de fama e notoriedade, com a internet a permitir uma projecção mundial dos nossos hobbies e trabalhos, faz-nos bem ler testemunhos como do do Robert Frank.
Dizer que não o entusiasmou em nenhum momento diminuiria a importância do livro, mas, realmente, não fez nenhuma tentativa de colocar-se num pedestal.
E por falar em internet, um dado curioso (cada vez mais elaborado e detalhado),três linhas de texto e seis de tags. Não entendo...
Tudo de bom, Nuno.
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