domingo, 2 de outubro de 2011

Robert Doisneau: gráficas da resistência francesa

Na Segunda Guerra Mundial, durante a ocupação alemã (1940-45), impressos clandestinos circularam em Paris, Lyon e Toulouse, graças ao trabalho em conjunto de escritores e gravadores, encadernadores e voluntários que se dedicaram a atividade perigosa de produção e distribuição de livros e jornais, como, por exemplo, obras de Charles Péguy (1873-1914), cujas ideias inspiraram o Movimento de Resistência Francês, e os periódicos Les Cahiers du Témoignage Chrétien, Libération e Combat. A bicicleta era o meio de transporte mais seguro, usada para a entrega das placas de metal das matrizes e também dos livros. Algumas dessas editoras chegaram a publicar 25 edições no período de dois anos e meio, impressas de forma artesanal até 1943. Em edição limitada, as primeiras cópias eram vendidas para pagar o custo de sua produção e as demais eram distribuídas gratuitamente. Em 1942, 350 cópias do primeiro volume de Le Silence de la Mer de Vercors (pseudônimo de Jean Bruller / Éditions de Minuit) circularam de mão em mão entre as centenas de leitores. No final de 1944 e início de 1945, Robert Doisneau (1912-1994) fotografou interiores de casas e oficinas onde funcionavam as gráficas clandestinas da resistência francesa. Suas fotos foram publicadas na revista Le Point em 1945, editada por Pierre Betz. 
Foto: © Robert Doisneau (Imprimeries clandestine,1945 / Icographic # 5, 1973)

11 comentários:

Luis Eme disse...

adoro Robert Doisneau.

ele e Bresson estão no top das minhas preferências das imagens a preto e branco.

beijinho Meg

Meg Rodrigues disse...

Um fato curioso. Em 2010, montaram uma exposição sobre "impressores da resistência", reconstruindo as fotos de Doisneau com modelos.

Beijos Luis

Nuno Sousa disse...

Oi Meg!
onde posso encontrar essas fotos?
Trabalho em artes graficas e adorava ver essas imagens. A avaliar por esta foto a história deve estar fantástica.

Meg Rodrigues disse...

Desculpe, as fotos de Doisneau são reconstruções com modelos (fim da ocupação em Paris, 1944)

Nuno Sousa disse...

obrigado Meg ;)

Anônimo disse...

Robert Doisneau!
Genial! Se Bresson era serio e disciplinado,Doisneau era, digamos, mas moleque, bem humorado! E o que me impressiona é a facilidade com que imprimia isso em suas fotos!... Devia ser uma cara bastante interessante, uma dia espero,(não sei se ja não existe), haja uma biografia tão interessate como a de HCB. "O olhar do seculo XX". Seria interessantissimo!!!!
Moizes Vasconcellos

Meg Rodrigues disse...

Pelo buço de Frida Kahlo, oi Moizes!
É verdade, Doisneau nos inspira um otimismo.

Tudo de bom,
Beijos

Dalva Nascimento disse...

São blogs como este que fazem da internet uma coisa boa... Obrigada por partilhar tanta informação!

Meg Rodrigues disse...

Obrigada, Ana.
Tudo de bom.

Gaspar de Jesus disse...

MEG
Doisneau, fotografava e imprimia maravilhosamente!
Parabéns pelo seu Bom Gosto.
Gaspar de Jesus

Meg Rodrigues disse...

Gaspar,
Um abraço!!!