terça-feira, 24 de julho de 2012

Bob Willoughby: jazz


Assim como a evolução do jazz pode ser traçada ao longo de décadas através das mudanças técnicas, também pode ser observada uma crescente evolução na fotografia dos músicos. No início dos anos de 1950, estúdios de gravação em Los Angeles (Capitol, Atlantic, Blue Note, Pacific Jazz e o selo Clef de Norman Granz) produziram os discos de gigantes do jazz como Louis Armstrong, Miles Davis, Gerry Mulligan, Billie Holiday e Chet Baker, muitos se apresentaram no palco do Shrine Auditorium ou Tiffany Club. Acompanhando o movimento rítmico que invadiu o cenário da Costa Oeste, Bob Willoughby (1927, Los Angeles - 2009, Vence, Sul da França) documentou as fisionomias e atitudes dos grandes intérpretes na fase de maior ímpeto evolucionário da história do jazz. E Willoughby fotografou todos eles com uma preocupação de interpretar e transmitir o significado do momento, mesmo nas condições mais difíceis de iluminação nos estúdios e performances de palco. Sobre a fotografia de Chet Baker feita durante intervalo de gravação, nas palavras do fotógrafo, "os músicos do estúdio, normalmente reservados, aplaudiam no final de cada interpretação de My Funny Valentine." Em 1995, o fotógrafo e músico Tim Motion selecionou várias fotos de Bob Willoughby para integrar a coleção The Jazz Masters. No prefácio da edição, o saxofonista Ronnie Scott sugere que o leitor se concentre nessas fotografias e, por algum processo misterioso, começará a ouvir música.
Fotos: © Bob Willoughby (Billie Holiday, Tiffany Club, Los Angeles, 1951 e Chet Baker, sessão de gravação, Los Angeles, 1953)
Fotografias gentilmente cedidas. Todos os direitos reservados a Bob Willoughby.
Links: (http://www.willoughbyphotos.com / http://www.jazzbodyandsoul.co.uk/book-demo)

7 comentários:

Luis Eme disse...

que belo regresso, Meg.

beijinhos

Meg Rodrigues disse...

Obrigada. Busco aprender, Luis.

beijos

Nuno Sousa disse...

Sempre tive um fascínio pelas fotos de clubes de jazz dos anos 50, com ambientes de luz tão ténues que deveria ser impossível trabalhar. Apesar disso resultavam fotos que nos teletransportam para esses ambientes. Estávamos longe da procura do espampanante. Nessa época, o mais ínfimo pormenor da expressão de um músico poderia fazer a foto. Não era preciso mais.

Meg Rodrigues disse...

Essa nuance de luz é uma de suas características, completamente distinta com o que foi registrado antes em Nova Orleans.
Também gosto muito, Nuno.

Carlos Duarte disse...

Parabéns! Muito bonito o seu blog (forma e conteúdo). Só podia mesmo ser de uma filha do Goebel. Fui aluno de seu pai na ESDI. Ele foi um dos melhores professores que tive.

Meg Rodrigues disse...

Obrigada, Carlos.
Comentei com meu pai a respeito de sua visita. Ele manda um abraço para você.

Anônimo disse...

Meg,
Soube hoje (07/12) do falecimento de seu pai. Quero que saiba que ele foi muito importante na minha formação e que sempre o terei em minha memória.
Aceite meus mais sinceros sentimentos.
Carlos Duarte