sábado, 18 de agosto de 2012

Martine Franck (1938 - 2012)


Ariane Mnouchkine foi a primeira pessoa com quem Martine Franck trabalhou. Ela a conheceu quando tinha 17 anos e, enquanto estavam estudando Mnouchkine abriu uma companhia chamada L'Ássociation Théâtrale des Estudiants de Paris, da qual Franck fez parte. Nos anos de 1961 e 1963 as duas fizeram uma longa viagem para o Japão - em especial para ver o teatro japonês - e Camboja, Índia e Afeganistão. Esta combinação de elementos, juntamente com os estudos em história da arte no Louvre, foi decisivo na sua maneira de ver as coisas. Quando voltou da viagem com Ariane, Franck decidiu então não prosseguir com os estudos de história da arte para se tornar fotógrafa. Em 1964, consegue um estágio na Life-Time, e logo é contratada como assistente de Gjon Mili e Eliot Elisofon. Na mesma época, Ariane funda o Théâtre du Soleil, e nada mais natural que pedisse a Franck para fotografar os espetáculos. 
Franck se interessava mais em fazer retratos individuais do que produzir um ensaio. Ela dizia que ficava feliz quando voltava de algum lugar com uma boa fotografia, capaz de expor ou reproduzir em um livro.
Na ilha Tory, Martine Franck documentou sobre a pobreza e a exclusão social na Irlanda, e comentou: As pessoas praticamente não tinham nada, no entanto, não se sente isso nas fotos, todos parecem felizes. Mas do ponto de vista jornalístico, alguém poderia dizer que foi um completo fracasso. 
Foto: © Martine Franck / Magnum Photos (Anne Bridge Rodgers, Tory Island, County Donegal, Irlanda, 1995 / Magnum Stories, Phaidon, 2004)

7 comentários:

Nuno Sousa disse...

as fotografias falam mais daquilo que somos do que o que fotografamos e como fotografamos. Nunca como hoje se fotografou tanto, mas não creio que se façam mais Fotografias. Por isso me sinto cada vez mais impelido a "aprender" com os clássicos.

Meg Rodrigues disse...

Sim, pode-se fotografar qualquer coisa, mas o trabalho de qualidade acaba se destacando. Diz o poeta João Cabral de Melo Neto; "O que a pessoa tem a dizer nasce com ela".
Recentemente vi uma série de fotografias de António Pedrosa. Gostei muito.Conhece?

Nuno Sousa disse...

Sim. É fotojornalista do diário Público e foi um dos vencedores da última edição do concurso de fotojornalismo "Estação Imagem" com um trabalho chamado iraquianos. Muito bom o seu trabalho. Aliás, todo o galardão mostra que Portugal tem bons fotógrafos.

Anônimo disse...

Por que ha imagens que agente bate o olho e gosta?... Essa é uma delas!
Moizes Vasconcellos.

Meg Rodrigues disse...

Oi, Moizes!

O instantâneo da felicidade.
Como observou Flávio Damm, "É quando você fotografa alguém feliz e é a felicidade de encontrar aquele momento para fotografar".

Obrigada e tudo de bom!

Valéry Lorenzo disse...

A pinched smile that hides a changing dentition. The age of the mutations. A sweet coquetry.
A failure journalism perhaps, unless in this picture, very far from the demonstratives images, hides a detail (like the wheel on the ground) or a legend. She is a part of a family of photographers who prevented Photography of falling asleep.
Is it photography about human dignity ?
Your site Meg, is always interesting and more.

Meg Rodrigues disse...

Hi Valéry,

Very pretty what you wrote (the photo is exactly about of dignity).

Thanks!

☺ - I would like you to take a look at my blog: Polissigno.blogspot.com