quinta-feira, 24 de julho de 2008

A fotografia russa

A fotografia russa no período entre as guerras mundiais (1917-1941) experimentou com entusiasmo uma nova dinâmica de expressão. Em 1917, foi criado o departamento de fotografia e cinema, vinculados ao Comitê Central de Estado. A imagem de uma sociedade oprimida pelas guerras foi substituída por uma imagem mais realista. A fotografia e o cinema serviram de instrumento para a propaganda política, orientada para a educação, uma de suas funções sociais mais dominantes. Em condições econômicas difíceis, participam do programa os fotógrafos: Rodchenko, Alpert, Galina, Selma e muitos outros. Em 1921, surge o primeiro grupo de Trabalho dos Construtivistas e assim destacam-se artistas como Klutsis, Rodchenko e Lissitzky. Alexander Rodchenko adota novos pontos de vista, forçando o observador a reconsiderar o significado normal do mundo. Essas são as mesmas qualidades que levaram as suas fotografias a serem condenadas como irrealistas pelos defensores do socialismo convencional. Após a dissolução do grupo Lef, de tendência romântica e revolucionária, em 1928, formou-se o grupo Outubro que é visto como uma contradição radical da política do governo e é fechado no início dos anos 30. Rodchenko e Lissitzky continuam suas carreiras em projetos gráficos e ensaios fotográficos para revistas como a URSS em Construção.
Foto: © Alexander Rodchenko

12 comentários:

Anônimo disse...

meg...onde vc aprende tudo isso ? parece muito didatico...
minha observaçao nao tem nada de pejorativa ta ? me lembra meus cursos na school of visual arts...))

Anônimo disse...

meg, cade seu email ? bote...

Meg Rodrigues disse...

Oi Vertigem
É didático e uma verdadeira colcha de retalhos que vou costurando depois de ler vários textos. Este post demorou bastante, fiz e refiz. Li um número da revista Camera e alguns capítulos dos livros: Construtivismo (coleção comunicacion) e Realismo, Racionalismo, Surrealismo - a arte no entre - guerras, Briony Fer, David Batchelor e Paul Wood.
Vou lendo e aprendendo. A sua presença no blog está sendo incrível, estou mais atenta, evitando escrever besteiras.

Anônimo disse...

meg, completando o post :
nao da pra esquecer a escola "picturalista" da fotografia russa da época, a estética peitando o "hyper realismo" documentario de rodchenko e sua clique ! :))os picturalistas, acusados de ideologia burguesa, hahaha ! curte aqui :

http://relationsmedia.photographie.com/?evtid=107977

Meg Rodrigues disse...

Eles recusaram a "linguagem dos deuses", o que isso representa eu não sei, assim como as interpretações sobre o marxismo "vulgar" (hein?)

Foi muito difícil compor esse post, o assunto é bem extenso. Na verdade foi o cinema russo que mediou à nova imagem realista. Em 1917, Não havia material fotográfico, era uma pobreza. Rodchenko ficou conhecido a partir dos cartazes para os filmes de Dziga Vertov e o famoso Encouraçado Potemkin, de Sergei Eisenstein. A figura feminina de Stepanova como modelo, a crítica de Brik, a briga feia entre a pintura de cavalete e a fotografia, a idéia de que a arte simplesmente refletia a vida social, a participação de Maiakovsky no debate entre os formalistas e os marxistas, as primeiras exposições, as fotomontagens. Fiz um resumo do resumo do período entre-guerras.

Meg Rodrigues disse...

Vertigem,

Não deixe de ler o post da Madalena Lello sobre o Koudelka, está fantástico! E o post do Carlos Miguel Fernades (NAFarricos), que fotos! que texto!

Anônimo disse...

sim, mas nao lhe incomoda a fotografia " a serviço de uma ideologia" ? rimou, mas é foda !! ))


cara, o NAFarricos é um instrumento de prazer otico !!

( anedota: o canal "france 24" propos a josef k. de comentar os 4O anos da primavera de praga em maio passado, ai ele disse: nem pensar, eu nao falo, eu fotografo ! ))ficaram com o microfone mudo na mao...kkk

Meg Rodrigues disse...

Sim, mas fazia sentido.A proposta do comissariado era em prol do coletivo, de uma União Soviética pós-revolucionária, de construção do país.

Não gosto de livros que contam detalhes como o fulano puxava da perna esquerda, mas adoro essas histórias particulares dos fotógrafos.

Viu as fotos do CMF? são demais! Não tive coragem de deixar um comentário, com medo que ficasse "bobo".

Anônimo disse...

o lance foi assim :um redator de certa revista ia à praga entrevistar vaclav havel...ai um dos caras do france24, começou com aquele vicio de editores, ja querendo produzir um formato de programa que lançaria a entrevista de havel,depois do depoimento de josef,as fotos culte da criatura e tal ! so q ele nao tinha o celular de josef, e eu nao quis ir dando assim "pra qualquer um" ! ai liguei ja sabendo da resposta de um dos fotografos mais timidos q conheço...e ainda me zoou pelo fato de ter perguntado...kkk

é off hein meg, fica entre nos ! ))

Anônimo disse...

pois eu cultivo comentario bobo !

digo e repito :

ver ver ver

esse blog é de fuder !!

))

Meg Rodrigues disse...

Pô, pára com isso, assim eu vou ficar insuportável (risos).

Adoro a idéia de pensar que todos os fotógrafos e poetas são tímidos.

Você tem o tel do Koudelka, e isso tem que ficar em off? oh céus!

A Respigadeira disse...

Meg,
gosto muito de vir ao teu blog. Estou sempre a aprender. Fantástico!


Beijinhos