quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Formas do tempo

Qualquer representação, mesmo imóvel, lida com o tempo e de diversas maneiras. O cinema, diz Jacques Aumont, "por construção, é tudo exceto uma arte do instantâneo: por mais breve e imóvel que seja um plano, ele jamais será a condensação de um momento único. "A revolução fotográfica não é, certamente, a de produzir uma analogia mais perfeita do que o desenho ou a gravura, mas a de ser uma impressão do lugar e do momento, de fixar o tempo com o espaço". E é essa dimensão do tempo que assimilamos com a fotografia, como Susan Sontag: "Fotos podem ser mais memoráveis do que imagens em movimento porque são uma nítida fatia do tempo, e não um fluxo. A televisão é um fluxo de imagens pouco selecionadas, em que cada imagem cancela a precedente. Cada foto é um momento privilegiado, convertido em um objeto diminuto que as pessoas podem guardar e olhar outras vezes."
Foto: © Lee Friedlander

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