segunda-feira, 20 de outubro de 2008

O sujeito da foto

Por volta de 1860, o retrato tornou-se uma das formas mais populares. Posar para a fotografia ficou muito mais simples do que fora alguns anos antes, quando o fotógrafo tinha que prender a cabeça do indivíduo num suporte. No século XIX as pessoas ficavam paradas, em poses estáticas, esperando a foto. Do daguerreótipo ao digital, Milton Guran, por exemplo, nos dá uma idéia do processo atual: "E diante dos telefones celulares que fazem foto as pessoas param para a pose, porque para elas a pose é a foto mesmo. O que produz sentido não é o ato fotográfico. O que produz sentido é o tema que eles estão propondo. então, ao fazer pose para os celulares e tudo o mais, quer dizer, o objeto da foto, ele se arvora, ele se pretende ser também o sujeito da foto, agente da foto, ele quer influir no conteúdo da foto. Ele diz: "Faz a minha foto, mas faz assim". A gente volta à pose negociada dos primórdios da fotografia por causa disso."
Fotos: © Brady-Handy Collection, 1865 e © Tom Baker

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