O retrato fotográfico corresponde a uma fase particular da evolução das chamadas camadas sociais. O pano de fundo desempenhava, no princípio, um papel especial, fornecia um elemento de prestígio e de ilusão. Estabelecia, de propósito, o contraste da fotografia com a realidade do dia-a-dia. O retrato produzido como objeto de recordação, hoje é um material para estudo do comportamento social e iconográfico. Seria possível escrever uma história do retrato baseada no desenvolvimento do pano de fundo, que se afasta cada vez mais do efeito de estúdio para aproximar-se do ambiente real, tornando-se parte integrante da pessoa retratada e chegando ao ponto em que o próprio ambiente passa a caracterizar a figura representada.
Foto: © Dorothea Lange (Oklahoma, 1936)
4 comentários:
Dorothea Lange é uma das minha fotógrafas preferidas. Ou melhor, uma das minhas artistas-mor. A sensibilidade que empregava em cada composição é emocionante.
"O retrato produzido como objecto de recordação, hoje é um material para estudo do comportamento social e iconográfico." Sem dúvida. Na minha profissão, utilizo diariamente a fotografia como ferramenta de trabalho. Uma imagem vale por mil palavras.
Beijinhos
Assisti a um documentário com a descrição de historiadores sobre os fotógrafos que participaram da FSA. Eles afirmaram que não havia nenhuma preocupação artística na produção das fotos, eram documentais, registros sob encomenda do governo. E hoje são consideradas obras de arte.
Clara, qual a sua profissão?
Meg,
trabalho no Ensino, mas sou socióloga por profissão e por vocação.
Beijinhos
o "pano de fundo" perdeu sua funçao com a chegada do magico Photoshop ! antes se tratava de fundo, branco ? cyclo ? natural ? etc...
agora se fotografa a pessoa, ou o objeto e todo o resto é disponivel em catalogo; quase toda produçao é feita como para a publicidade, sob medida e dando lugar à manipulaçoes inimaginaveis..isso se deve à reduçao de custos e tempo ...
pano de fundo, o empirismo defunto da fotografia.
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