"Desde a década de 60 fotografa a comunidade negra brasileira, prestando serviços a uma causa social que considera insuspeita. Já híbrido de José e Maria - seus pais - trabalha esta sociedade silenciosamente na descrição de um monge, sem nenhum alarde, induzindo orgulho, altivez e dignidade aos negros brasileiros. Este anseio de Justiça remonta aos idos do Irajá, quando gerado, e, nascido em São Cristóvão, menino ainda, viveu nas portas abertas das ruas de Cordovil, Madureira, Parada de Lucas, Vila Rosaly, Vaz Lobo, Oswaldo Cruz, Marechal Hermes, Coelho Neto, Bangu, Nilópolis e Cachambi - toda sedução, enlevo e magia, sob o sol e estrelas suburbanas, horizontes encantados no seu olhar infantil. (...) Onde cada casa amanhecia ressurgindo um cenário de aleluia permanente no sábado de todos os dias e a esperança flanava solta nas paredes de cores fortes, soberba ficção alegórica, qual uma ala de escola de samba onde cada morador "vivia" seu personagem: pescador, fuzileiro, alfaiate, marinheiro, costureira, lavadeira, office-boy, mãe de santo, balconista, carpinteiro, motorista, motorneiro. (...). A fotografia é ainda oxigênio, natural perfume, brilho farto das meninas dos seus olhos" Walter Firmo Guimarães da Silva
(Antologia Fotográfica, Dazibao, 1989).
Foto: © Walter Firmo
Um comentário:
Texto comovente e uma foto tão carioca!
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