"O branco que se chamou de civilizado, insistiu em padronizar a sua "superioridade". Mas nem sempre foi feliz. (...) A mentalidade civilizada era a vitoriosa detentora do instrumento de todas as mágicas da inteligência. Era a possuidora da lógica. (...) A lógica que criara e disciplinara a ciência e que viera trazendo, nas conquistas da guerra e da paz, a luz decisiva do progresso. A lógica que de Aristóteles a Descartes pusera de pé mais que o homo faber, o mundo faber. Ao contrário desse título que justificava todos os privilégios e com eles os racismos e os imperialismos, uma outra pobre humanidade colorida de azeviche ou pigmentada de ocre, vegetava nas regiões onde ainda era permitido andar nu ou viver feliz. Para essa, era evidente que só poderia sobrar uma mentalidade diversa e inferior - a mentalidade pré-lógica. O primitivo, que, pela sua teimosa vocação de felicidade, se opunha a uma terra dominada pela sisudez de teólogos e professores, só podia ser comparado ao louco ou à criança." Oswald de Andrade ( A marcha das utopias, 1966).
"O comprometimento de Medeiros esteve sempre na sua postura de testemunhar, sem interferir ou tentar recriar a realidade do fato, praticando a máxima de W. Eugene Smith: Deixe que a verdade seja o seu preconceito." (Flávio Damm, Photo Magazine, 2009).
Foto: © José Medeiros (Indio Iaulapitis, Serra do Roncador, Parque do Xingu, Mato Grosso, 1949, Acervo IMS)
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