"O compromisso de Tina Modotti com a revolução comunista parece ter se fortificado com a execução em 1927, nos Estados Unidos, dos italianos Sacco e Vanzetti. Embora Modotti antes acreditasse que as preocupações sociais não podiam ser expressas através da fotografia, ela agora havia entrado em sua fase que desmentia isso. Pondo sua arte a serviço da política revolucionária, ela usou sua câmera para retratar a injustiça social, fotografando trabalhadores, comícios políticos e pessoas pobres, como a bela foto de uma família camponesa do lado de fora da sua casa de adobe, quase coberta por um monte de espigas de milho secando, um símbolo da reforma agrária, a base da revolução mexicana. O revolucionário Julio Antonio Mella também acreditava que a foto da sua máquina de escrever era a síntese da fotografia e da política de Tina. Na carta que ele escreveu para ela, referiu-se ao "teclado que você socializou com sua arte". Da mesma forma, Benevuto Modotti escreveu cumprimentando a irmã quando outra fotografia sua, Martelo, foice e chapéu, foi publicada na capa do número de outubro da New Masses: "Você, sua pequena mentirosa, um dia me disse que não se pode expressar ideias sociais através da arte da fotografia. E você comprovou a si mesma que estava errada."
Margaret Hooks (Tina Modotti, fotógrafa e revolucionária, tradução Vera Whately e Heloísa Lanari, José Olympio Editora, 1997).
Foto: © Tina Modotti (1896-1942)
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