terça-feira, 30 de junho de 2009

Expedições: A. Frisch

O fotógrafo e historiador de fotografia, Pedro Karp Vasquez, em artigo publicado na revista Piracema (1993), descreve os registros de A. Frisch e da importância dada por ele à fotografia, com um trabalho de antecipação antropológica. Pouco se sabe a respeito desse fotógrafo de origem alemã, o mais provável é que Frisch tenha integrado uma das múltiplas expedições científicas estrangeiras que desbravaram a Região Amazônica em torno de 1865. Vasquez cita as dificuldades técnicas enfrentadas por Frisch, destacando as limitações do processo de colódio úmido, que o obrigaram a improvisar um estúdio num barco para poder preparar as chapas que deveriam ser emulsionadas momentos antes de utilizadas. "É interessante assinalar que as fotografias mostrando os índios antropófagos Amaúmas são em realidade compostas de dois negativos cada: um retrato e a paisagem usada como fundo. Não se trata aqui, no entanto, de uma montagem ou superposição arbitrária do fotógrafo, mas de uma tentativa de remediar as deficiências técnicas do equipamento, que impedia uma exposição simultaneamente correta para o primeiro plano, o índio, e o segundo, a vegetação. São as mais antigas fotografias dos índios brasileiros, embora as primeiras fotos tenham sido realizadas por Charles De Forrest Fredricks no início dos anos 1850. Contudo, seu trabalho foi perdido quando ele foi saqueado e abandonado em plena selva por seus guias. Fredricks conseguiu salvar-se, mas seus preciosos daguerreótipos desapareceram nas águas turvas de algum igarapé sem nome."
Foto: A. Frisch (Índio Amaúma, Amazonas, c.1865)

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