Em 1944, Tazio Secchiaroli (1925-1998) era um scatino, gíria romana para fotógrafo ambulante. Em 1951 trabalha para a agência Vedo e conhece Adolfo Porry Pastorel, fotojornalista italiano com quem Secchiaroli aprende os truques da profissão. Em 1958 logo se destaca entre concorrentes com as fotografias de Anita Ekberg, David Niven, Ava Gardner, Tennessee Williams e Elizabeth Taylor, artistas que filmavam em Cinnecittà e lotavam a Via Veneto, publicadas em jornais como L'Espresso e Il Giorno, inaugurando na Itália o mercado das fotografias denominadas d'azione (de ação) ou d'assalto. Nessa época Federico Fellini estava trabalhando no roteiro do filme La Dolce Vita e procura Secchiaroli para ouvir suas histórias e aventuras. Dessa conversa nascem muitas cenas do filme, o mito da Via Veneto e também a palavra paparazzo (apelido dado por Fellini a Secchiaroli). Durante a colaboração com Fellini, Secchiaroli torna-se fotógrafo do set de filmagem de Cinnecittà e um dos primeiros fotógrafos especializados em cinema. Com Fellini, Secchiaroli descobre as nuances da luz, fotografando com o mesmo filme usado pelos diretores para que as imagens tenham a exata textura e qualidade do filme rodado. Muitos atores, que antes fugiam de seus flashes indiscretos, passaram a ser fotografados por Secchiaroli.
(O cinema no olhar, Caixa Cultural, 2008).
Foto: © Tazio Secchiaroli (Fellini e Marcelo Mastroianni, 1966)
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