No final da década de 1950, através do SPHAN, hoje Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Marcel Gautherot acompanha Oscar Niemeyer para documentar a construção da nova capital. Na arquitetura de Niemeyer, Brasília se fez livre e rigorosa. Livre, no sentido da forma plástica; rigorosa, pela preocupação de mantê-la em perímetros regulares e definidos. Para o arquiteto, os que visitavam Brasília, gostassem ou não dos seus projetos, Niemeyer tinha a certeza de que não poderiam dizer terem visto antes coisa parecida.
Marcel Gautherot, em entrevista à antropóloga Lygia Segala, revela que, para além das linhas futuristas, encanta-se com o mundo candango: "Tinha a construção popular, o que achei fabuloso, uma beleza de iniciativa e de inteligência. Anos mais tarde, o José Aparecido, prefeito da cidade, me pediu uma série de fotos. Eu quis ir muito longe, eu quis mostrar as favelas, as cidades -satélites. Teria a possibilidade de fazer um livro sobre Brasília com isso... Recusaram porque era muito feio..."
(O Brasil de Marcel Gautherot, Instituto Moreira Salles, 2001).
Fotos: © Marcel Gautherot (Congresso Nacional, c.1962 e moradia nos arredores da cidade, Sacolândia, c. 1958-60, Brasília, acervo IMS)
Um comentário:
A segunda foto é fenomenal! Adorei!
Postar um comentário