Peter Ackroyd, biógrafo e crítico britânico, escreveu sobre Ezra Pound: "A insegurança e a fragilidade de seu temperamento, no entanto, haviam se tornado uma varinha de condão para o caráter da era. (...) Foi também essa identidade difícil e lacerada que deu a sua poesia a forma poderosa e complexa que ela possui. (...) Os Cantos deviam reconstruir toda uma ordem - histórica, natural, cultural -, mas era uma tarefa impossível. Pound escrevera, em 1928, a respeito de "um homem atirando-se contra um caos indômito, arrancando e puxando o máximo possível desse caos para alguma espécie de ordem (ou beleza)" e este viria a ser o papel do próprio Pound durante os quarenta anos seguintes. (...) Pound tentou recriar o mundo inteiro à sua própria imagem e à de sua poesia - apesar das tendências divisivas da época, e da fraqueza obsessiva de seu próprio caráter. Abraçou uma concepção do mundo visionária, que o próprio mundo dificilmente poderia compreender." E Richard Avedon certa vez disse que não acreditava que um retrato poderia capturar a verdade sobre alguém.
Peter Ackroyd (Vidas Literárias, Ezra Pound, Tradução Eduardo Francisco Alves, © Jorge Zahar Editor, 1991).
Foto: © Richard Avedon (Ezra Pound, Rutherford, Nova Jersey, foto realizada na casa do poeta e amigo William Carlos Williams, 1958).
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