domingo, 14 de novembro de 2010

O retrato de Carl Solomon

"Em um certo dia de 1949, no Columbia Psychiatric Institute, acordando após o tratamento de choque por insulina, Solomon vislumbrou um novo paciente: 'eu sou Kirilov', murmurou Solomon, amável. 'Eu sou Myschkin', foi a resposta de Allen Ginsberg. Através dos subterâneos de Dostoievski acontecia um encontro fundamental para a bet generation. Os dois ficaram logo amigos e começaram a se encontrar, na enfermaria, para escrever e ler em voz alta um para o outro. Solomon introduziu Ginsberg a Artaud, Genet e aos surrealistas. Ginsberg, por sua vez, falava sobre seus amigos - Kerouac, Burroughs, Cassady.
Ginsberg tomava nota de tudo o que Solomon dizia, transcrevia suas 'histórias apócrifas'. Dessas notas mescladas de verdade e ficção surgiu o poema 'Howl'. Verdades, delírios, velocidades misturadas. O futuro herói de 'Howl' é liberado alguns dias antes do Natal de 1949. Aluga um apartamento sem água quente na West Seventeen Street e, a conselho de um Ginsberg entusiasmado, dá uma festa para celebrar a metade do século - 1950. Presenças: Kerouac, Cassady, Ginsberg. Complô beat." José Thomaz Brum, Verão de 1985.
"Por um lado, por outro lado: A filosofia de um homem morre com ele, meu irmão. Você não pode levar esses poços de conhecimento em brochura para a tumba. Por que não morrer balbuciando para as estrelas-do-mar?" (Carl Solomon, De repente, acidentes, coleção Olho da Rua, L&PM Editores).Foto: © Allen Ginsberg (Carl Solomon, NY, 1953)
Link: (http://www.allenginsberg.org/)

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