Sedução subliminar

O anúncio publicitário do gim Gilbey:"Break out the frosty bottle, and keep your tonics dry! ", é o argumento central do livro de Wilson Bryan Key, "Subliminal seduction, are you being sexually aroused by this picture?", publicado em 1973. Segundo Key, o conceito de “sedução subliminar” é o processo deliberado de inserção de palavras provocantes, símbolos camuflados em fotografias e toda uma parafernália satânica, capaz de despertar o interesse de compra do observador, incapaz de perceber conscientemente a informação incorporada. O mito da mensagem subliminar fez sua estréia em 1957, em Nova Jersey, durante a projeção de um filme James Vicary inseriu a mensagem: “comer pipoca, beber Coca-cola”. Desafiado, ele concordou em repetir a experiência e logo ficou comprovado que não houve aumento das vendas.

Esse evento, amplamente divulgado pela imprensa, foi considerado ineficaz pela comunidade científica, e em grande parte ignorado pela indústria da propaganda, pois Vicary confessou mais tarde ter manipulado os resultados da primeira apresentação. Para Key, no entanto, a sedução subliminar se infiltrou na cultura americana, e apesar de seus resultados duvidosos, o uso da mensagem subliminar visual ou auditiva é proibido pela Federal Communications Commission, principalmente para anunciantes de cigarro, bebidas alcoólicas e armas de fogo. Surpreendentemente, o livro de Wilson Bryan Key ganhou força justamente quando os limites de aceitabilidade de nudez e insinuações sexuais estavam sendo testados pelos anunciantes. Assim como os jacarés nos esgotos de Nova York, a noção de persuasão subliminar faz parte da crença popular: se aconteceu ou não, serve para revelar as estratégias de manipulação da mídia.
Foto: © Bruce Gilden / Magnum Photos (Dewar's scotch whisky advertising)