terça-feira, 10 de maio de 2011

Alex Majoli e Paolo Pellegrin: Egito



Nos violentos protestos antigoverno do presidente Hosni Mubarak, no centro do Cairo e de outras cidades, como Suez e Alexandria, metade ou pelo menos 40% dos manifestantes eram seguidores da Irmandade Muçulmana, grupo fundado em 1928 por Hassan al-Banna, e reprimido pelo antecessor de Anwar Sadat, Gamal Abdel Nasser, nas décadas de 50 e 60. Maior mobilização popular em 30 anos no Egito, matéria publicada na Newsweek (The Muslim Brotherhood stands up in Egypt) com fotografias de Alex Majoli e Paolo Pellegrin, registros de um confronto entre manifestantes que lançavam pedras contra os carros das Forças Armadas e a polícia egípcia recorrendo a bombas de gás lacrimogêneo e mesmo disparos de armas de fogo para tentar conter a multidão. O fotógrafo Alex Majoli, que em 2001 fez uma reportagem sobre a guerra do Afeganistão para a revista Vanity Fair, se pergunta: "Por que trabalho em zonas de conflito? Na verdade, não tenho a resposta. Por que estamos aqui? Precisamos produzir memórias. Sinto-me feliz por ter um papel e contribuir para isso. Eu me considero um cara de sorte. Tenho a oportunidade de ver e participar do que está acontecendo no mundo". Paolo Pellegrin cursou arquitetura e design gráfico, estudos que o ajudam na composição de suas fotos,"uma ferramenta fundamental para transmitir a informação", diz ele. Outro ponto importante para Pellegrin, e que muitas vezes a mídia define como "contar uma história": "Estou cada vez mais interessado em uma fotografia "inacabada", sugestiva, capaz de desencadear um diálogo. É um dom que a fotografia oferece – um momento de verdade quando você está ali completamente sozinho".
Fotos: © Alex Majoli e © Paolo Pellegrin / Magnum Photos / Newsweek (Cairo, Egito, 2011)

7 comentários:

Pedro Carneiro disse...

Que raio de tradução. Mídia??? Isto em que língua é??

Meg Rodrigues disse...

Ora pois, Pedro

Quando escrevo “a mídia”, quero dizer o conjunto de meios de comunicação. Nesse caso, a mídia impressa.
As mídias tornam possível a participação em massa de um processo produtivo social, por exemplo, a internet.

Um abraço e volte sempre.

Anônimo disse...

Oi Meg! Interessante a pergunta do frances Majoli: Porque estão lá???...
Memória, prestigio, dinheiro, pela Magnum?... Todo mundo tem um discurso tentando uma justificativa. Eu iria se tivesse oportunidade,e honestamente seria por esses três motivos citados Mas porque estão lá realmente? Só aceito a versão dos que estão lutando para manter o governo e suas vantagens e os que estão contra essas decadentes ditaduras árabes que os condena a miseria... A história de "mudar o mundo" é uma ingenuidade romântica, porque lá a bala come e essa briga não é nossa Ou é?...
Moizes Vasconcellos

Meg Rodrigues disse...

Pelas barbas de Rasputin, oi Moizes!
Majoli não tem a resposta. Difícil um fotógrafo de guerra tentar explicar porque coloca sua vida em risco para manter a todos informados do que acontece no mundo. Sem dúvida, muita coragem e muita adrenalina também. Como escreveu John Steinbeck sobre Robert Capa: ele sabia o que procurar e o que fazer quando o encontrava. Sabia, por exemplo, que não é possível fotografar a guerra, porque ela é em grande medida uma emoção. Mas ele fotografou essa emoção, ao registrar o seu entorno.
Essa briga não é nossa, mas os fatos despertam nossa indignação, não é verdade?
Abraço

Meg Rodrigues disse...

Moizes, "oia":

polissigno.blogspot.com

Anônimo disse...

Meg,"oia":-)
Moiza

Meg Rodrigues disse...

Pela maçã de Newton, então...foi você!
Muito obrigada!☺