Nascido em Palermo em 1959, Ernesto Bazan mudou-se para Nova York em 1979 para estudar fotografia na School of Visual Arts e em 1982 ganhou o prêmio Rencontres d'Arles International Photography, na categoria Jovens Fotógrafos. Em seu primeiro livro, Il Passato Perpetuo, publicado em 1982, uma série de fotografias sobre a comunidade ítalo-americana em Nova York, produzidas ao longo de quatro anos. Em 1983, viaja para a Ásia com bolsa de estudos concedida pela Paris Match. Bazan torna-se membro da agência Contrasto em 1992, e inicia o projeto sobre Cuba, recebendo o prêmio World Press Photo (1996), na categoria Vida Cotidiana, o prêmio Mother Jones, e em 1998, o prestigiado prêmio W. Eugene Smith. Bazan se mudou para Cuba em 1992, onde pôde desenvolver seu trabalho e onde encontrou a sua vocação de professor. Durante o período mais difícil da ilha, chamado de "período especial", as fotografias de Bazan concentram-se em seus habitantes e em sua luta desesperada para sobreviver. "No entanto, eles nunca perderam a capacidade de sorrir. Tentei captar a sua dignidade, sua paixão pela música e dança, seu fervor religioso", diz Bazan. Impedido pelas autoridades cubanas de viajar para participar de seus workshops de fotografia, em 2006 Bazan foi morar com sua família em Veracruz, no México. Seis anos depois, ele encontra suas fotografias panorâmicas em preto e branco, guardadas e esquecidas numa caixa velha. Bazan usou uma câmera panorâmica cerca de 11 anos atrás, comprada de um amigo que fazia pouco uso dela: "Para trabalhar com a panorâmica você tem que esquecer o 35 mm e aprender como compor a foto, que é duas vezes maior. Foi um processo intuitivo. Posso dizer isso agora, mas na época eu não sabia".
Depois de 14 anos vivendo em Cuba, Bazan publica Isla (2014). Fecha com este livro de fotos panorâmicas a trilogia iniciada com Bazan Cuba (2008), prêmio de Melhor Livro do Ano no Festival de Fotografia de Nova York, e Al Campo (2011), coletânea de fotos sobre a vida agrícola e rural, seu primeiro livro com fotos em cores. Inspirou-o, sobretudo, o grau de identidade dessa relação com os amigos agricultores, gente humilde e sábia, compartilhando refeições, fumando charutos, conversando sobre plantio e colheita, família e existência.
Com o livro Isla, Bazan diz adeus a Cuba. Não é difícil compreender por que publicá-lo custou tanto ao fotógrafo, oito anos pelo menos. É o livro em que Bazan descobre, e narra, o amor verdadeiro pelo povo cubano - para sempre.
Foto: © Ernesto Bazan (Pai e filho, Havana, Cuba, 2002 / Isla, Bazan Photos Publishing, 2014 / Kickstarter. Reprodução cortesia do fotógrafo. Todos os direitos reservados).
Link Bazan Photos Workshops
2 comentários:
Sempre falam da velocidade e da quantidade de informação que circulam pelos meios de comunicação, mas no caso do seus blogs eu falaria também de qualidade.
Olá, Ana
Muito obrigada.
Postar um comentário