domingo, 30 de dezembro de 2007

Lászlo Moholy-Nagy

Lászlo Moholy-Nagy (1895-1946), pintor, desenhista e fotógrafo, foi um importante teórico do conceito de arte-educação que surgiu do Bauhaus, escola de desenho experimental na Alemanha na época da República de Weimar. Moholy-Nagy considerava a pintura como forma de criação com cor, usava a fotografia para a observação e representação do fenômeno da luz. Fiel à doutrina de straight photography ou fotografia direta, com técnicas simples e mínima intervenção de laboratório. Em 1939, ele e outros artistas fundaram a School of Design.
Foto: © Lászlo Moholy-Nagy

Weegee (Artur Felig)

Weegee (1899-1968) começou a trabalhar como fotojornalista em 1935, fotografando todos os atos de violência ou acontecimentos sensacionalistas. Para isso, viveu num quarto em frente a uma delegacia de Manhattan, à espera das chamadas que chegavam através do seu rádio. Em 1952, Weegee vai para Nova York e desenvolve um caleidoscópio para a sua máquina o "Weegeescope". Em 1961 publicou uma autobiografia onde resume seu passado:
" Tirara fotografias famosas de uma década infame [...] fotografara a alma da cidade que conhecia por dentro e que amava."
Foto: © Weegee

Margaret Bourke-White

Margaret Bourke-White (1904-1971), conceituada como fotógrafa industrial, na década de 30, quando se juntou à equipe da revista Fortune em 1929. Como fotojornalista, foi um dos membros fundadores da revista Life em 1936. Durante a Segunda Guerra Mundial, Bourke-White trabalhou como correspondente fotográfica e em breve mostrarei um ensaio sobre a libertação de campos de concentração na Alemanha. Em 1946 viajou até a Índia para documentar a luta desse país pela liberdade. Na fotografia de Gandhi, realçou a roca, o símbolo da independência, colocando-a de forma destacada em primeiro plano.
Foto: © Margaret Bourke-White

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Ken Domon

Ken Domon (1909-1990) rompeu com a tradição japonesa, no lugar dos desenhos gráficos ou a foto de uma montanha envolta em névoa, desenvolveu uma abordagem realista e moderna fotografando as esculturas e os templos do Japão antigo. Em 1957 Domon fotografou os sobreviventes da bomba em Hiroshima. Trabalhou com deliberação, método e altruísmo, registrando as técnicas de enxerto cutâneo e outras cirurgias, a vida das famílias e as brincadeiras das crianças cegas. Também se conta que freqüentemente chorava enquanto fotografava.
Foto: © Ken Domon

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Walker Evans (2)

No rosto das pessoas, quando ignoram que estão sendo observadas, existe algo que nunca aparece quando elas sabem disso. Walker Evans (1903-1975) tirou suas fotos no metrô, viajando centenas de horas, de pé, com a lente da câmera escondida entre dois botões do seu casaco. Os passageiros sentados, fotografados de perto e de frente, mostram expressões que não são aquelas que as pessoas mostram para uma câmera.
Foto: © Walker Evans

Paul Caponigro

"De todas as minhas fotos, as de maior significado para mim são aquelas que tirei movido por força maior, a partir de um determinado ponto de vista, num determinado momento, excluindo todas as outras possibilidades. Para fazê-las não precisei recorrer às minhas aptidões, seja em termos da composição, ou de qualquer outra coisa. Poderia dizer que me deixei levar." No fim, aquilo que faz uma fotografia realmente funcionar é o mistério, da mesma forma que o sucesso tenha a mesma função para qualquer tipo de arte.
Foto: © Paul Caponigro

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

David Seymour

David Seymour (1911-1956) adotou o pseudônimo de Chim, pelo qual era conhecido. Em 1936, Seymour, um liberal e antifascista, documentou a guerra civil espanhola. Depois da Segunda Guerra Mundial, viajou pela UNESCO para fotografar os efeitos da guerra sobre as crianças. O resultado desse trabalho foi publicado no livro Children of Europe. As crianças continuaram a ser o seu tema fotográfico favorito. Em 1947, juntamente com os amigos Cartier Bresson e George Rodger, fundou a agência fotográfica Magnum.
Foto: © David Seymour

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Aaron Siskind

Aaron Siskind (1903-1991) começou a fotografar fazendo registros arquitetônicos. A partir da década de 40, ligado ao grupo dos artistas abstracionistas, Siskind passou a fotografar outra temática. São imagens sem a preocupação do formal, mais voltada para os detalhes, fragmentos da superfície da cidade, captados no dia-a-dia, sem implicação social nem arquitetônica, apenas a transfiguração de objetos estéticos, a cultura urbana e suas manifestações visuais.
Foto: © Aaron Siskind

domingo, 16 de dezembro de 2007

A chapa seca

Por volta de 1880 o problema do fotógrafo mudou radicalmente com a disponibilidade de chapas secas, compradas já prontas para serem usadas. O novo processo era bem mais fácil porque o fotógrafo podia continuar o seu trabalho, fazer meia dúzia de exposições e aguardar o resultado. No processo anterior que usava chapas úmidas ele era obrigado a suspender a foto até a revelação e aguardar o preparo de outra chapa. A chapa seca gerou a câmera de mão, a qual permitia ao fotógrafo trabalhar sem chamar atenção. Um bom exemplo disso é essa imagem tirada por Arnold Genthe (1869-1942) no bairro chinês, São Francisco, em 1896 ou posterior.
Foto: © Arnold Genthe

sábado, 15 de dezembro de 2007

Karl Hugo Schmölz

Karl Hugo Schmölz (1917-1986) começou a fotografar nos anos 30, acompanhando o pai que também era fotógrafo de arquitetura. Documentou com uma câmera de grande formato, a destruíção e a reconstrução da cidade de Colônia, na Alemanha. Schmölz fez vários trabalhos publicitários e concentrou-se especialmente na fotografia de mobiliário. Hoje, o seu arquivo possui a documentação mais completa de 30 anos de vida na Alemanha.
Foto: © Karl Hugo Schmölz

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Fotojornalismo (1)

A fotografia aqui reproduzida foi feita por Robert Capa (1913-1954), em Chartres, na época da libertação da França, durante a Segunda Guerra Mundial. A mulher de cabelo raspado está sendo castigada por ter mantido um relacionamento com um alemão, inimigo de seus compatriotas franceses. A humilhação pública da mulher e seu filho mostram a idéia de que havia uma nova ordem em vigor, e que o patriotismo seria reforçado. O horror dessa fotografia está nos sorrisos da multidão. A obra de Robert Capa é também um manifesto contra a guerra, a injustiça e a opressão.
Foto: © Robert Capa

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Edward Weston (2)


Apresentação em vez de interpretação era uma das justificativas citadas por Edward Weston (1886-1958). Para ele, a apresentação significava a tentativa de ilustrar as coisas por si próprias, de mostrar a sua essência. Achei interessante colocar essas duas imagens juntas para mostrar a força visual de sua obra, toda a intencionalidade que reside na apresentação da forma natural e nos objetos naturais, a expressão e sua relação com todas as outras formas.
Fotos: © Edward Weston

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Thomas Michael Alleman

Thomas Michael Alleman trabalhou como fotojornalista durante quinze anos e recebeu vários prêmios. Publicou dois livros com ensaios de paisagens urbanas. Alleman é um fotógrafo experimental e suas fotografias são tiradas com uma câmera de plástico chamada Holga, dessas descartáveis, conhecidas como câmeras de brinquedo. Com todas as dificuldades de ordem técnica, o resultado dessa experiência cria uma atmosfera surrealista e uma plasticidade informal, assim, de intenções significativas.
Foto: © Thomas Michael Alleman

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Crítica do funcionalismo

"Constata-se, em nosso entorno, como os aparelhos se preparam para programar, com automação estúpida, as nossas vidas; como o trabalho está sendo assumido por máquinas automáticas, e como os homens vão sendo empurrados rumo ao setor terciário, onde brincam com símbolos vazios; como o interesse dos homens vai se transferindo para o mundo simbólico das informações: sociedade informática programada; como o pensamento, o desejo e o sentimento vão adquirindo caráter de jogo em mosaico, caráter robotizado; como o viver passa a alimentar aparelhos e ser por eles alimentado. Onde, pois, o espaço para a liberdade? "
Vilém Flusser (Filosofia da Caixa Preta)
Foto: Thomas Michael Alleman

Charles Harbutt

Charles Harbutt trabalhou como escritor, editor e jornalista para diversas revistas e jornais americanos. Como fotógrafo independente foi convidado para cobrir a revolução cubana. Em 1963 inicia seus trabalhos através da agência Magnum Photos e realiza ensaios no Paquistão, África e o movimento estudantil pela paz em Israel. Como jornalista percebeu que não conseguia transmitir uma idéia em palavras com a mesma facilidade que o fazia através da fotografia.
Foto: © Charles Harbutt

domingo, 9 de dezembro de 2007

Robert Doisneau

Robert Doisneau (1912-1994) começou como fotógrafo industrial e de publicidade; ainda em 1939, decidiu tornar-se fotojornalista independente. Trabalhou para a revista Vogue onde conheceu a alta sociedade, no entanto, não sentia tanta simpatia como pelas pessoas comuns da rua. O que tornou Doisneau famoso foram os inúmeros instantâneos do modo de vida francês, documentados com humor e empatia, detalhes do cotidiano nos subúrbios de Paris.
Foto: © Robert Doisneau

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

George Tice

George Tice fotografou todos os vestígios da cultura americana, os subúrbios, seus edifícios e principalmente os costumes dos moradores de New Jersey. Na década de 60, Tice optou por usar câmeras de formatos menores, o que lhe permitiu retratar com mais facilidade diversas comunidades, como a tradicional Amish. Na década de 70 voltou a explorar as paisagens urbanas, um registro da passagem do tempo, que para o fotógrafo significava: "na tentativa de ver para além do exato momento".
Foto: © George Tice

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Robert Frank

Em 1956, Robert Frank, fotojornalista suíço, viaja para os Estados Unidos e prepara um completo ensaio que resulta na publicação do livro Os Americanos (1959), um ícone da Breat Generation da época. Sua obra anterior, na Europa, descrita como delicada e extremamente gráfica, passa por uma mudança. A obra de Frank adquire um novo estilo, o patriotismo ritual americano é apresentado de forma criativa, um desafio aos valores artísticos, um exemplo perfeito de um novo gênero fotográfico.
Foto: © Robert Frank

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Ara Güler

Ara Güler é considerado um dos artistas criativos internacionais mais conhecidos. Em 1961 vários editores fotográficos selecionaram Ara Güler como um dos sete melhores fotógrafos do mundo. A Time Life escolheu-o para ser seu correspondente no Oriente Médio. Trabalhou como correspondente para as revistas Paris Match e pela revista alemã Stern. Güler forneceu à imprensa européia e americana uma nova visão das pessoas, mas também de arte e arqueologia. Mostrou a realidade de uma região e o contraste com o resto do mundo.
Foto: © Ara Güler

domingo, 2 de dezembro de 2007

A leitura

" Existem duas origens do nome fotografia. A primeira vem da Grécia, é usada nos países ocidentais, e surgiu na França (foto = luz, grafia = escrita). Através desse nome a fotografia é a arte de escrever com a luz, o que a define como uma escrita. A segunda forma é de origem oriental. No Japão fotografia se diz sha-shin, que quer dizer reflexo da realidade (1). Por essa origem a fotografia é uma forma de expressão visual. Essa dualidade, já no nome, remete com facilidade a sua dupla condição de linguagem e forma de expressão visual."
© Ivan Lima - (1) Paul Almasy. La photo à la une.

Foto: © Walter Firmo

sábado, 1 de dezembro de 2007

Dennis Stock

Dennis Stock trabalhou como fotógrafo independente para a Life, Paris Match, Look, Geo, entre outras. Em 1951, a revista Life já lhe atribuíra o primeiro prêmio para jovens fotógrafos pela série de ensaios sobre refugiados da Alemanha. O seu encontro com James Dean, em 1955, tornou Stock famoso, com a imagem do artista rebelde e ídolo de uma geração. Uma das fotos mais conhecidas e reproduzidas é a que mostra o ator caminhando em Times Square.
Foto: © Dennis Stock

René Burri

René Burri é um dos grandes representantes da fotografia suíça. Fez pequenos filmes documentários e, ainda em 1953, foi assistente de câmera para um dos primeiros filmes em cinesmacope sobre a Suíça. Fez inúmeros retratos, o mais famoso é o de Che Guevara, durante a revolução cubana. Em 1960, na Alemanha, fotografou para o livro Os alemães, com textos de vários escritores onde abordavam os mais diversos assuntos: arquitetura, religião, música, racismo e a guerra. Um ensaio completo de um país ainda em fase de reconstrução e toda a essência de um povo.
Foto: © René Burri (São Paulo - 1960)