domingo, 12 de abril de 2009

O skyline de Nova York

Nova York: 1931, registro curioso de um baile à fantasia com os mais destacados arquitetos de Manhattan fantasiados como seus próprios arranha-céus. "Essa uniformidade é injusta para alguns dos participantes. Joseph H. Freedlander, embora tendo projetado somente o Museu da Cidade de Nova York, com quatro andares, e nada mais alto que isso, prefere a situação embaraçosa de acompanhar os outros em seus trajes de arranha-céus a vestir seu smoking sozinho e honestamente. Leonard Schultze, projetista do Waldorf-Astoria, que está prestes a ser inaugurado, teve de apresentar a estrutura de torres gêmeas - e apenas uma delas - num único enfeite de cabeça. O elegante topo do edifício Fuller, de A. Stewart Walker, tem tão poucas aberturas que a fidelidade ao projeto condena seu autor a uma cegueira temporária. O encaixe reto entre a roupa de arranha-céu e o enfeite de cabeça de Ely Jacques Kahn reflete a natureza de seus edifícios: por jamais buscarem pináculos dramáticos, eles parecem montanhas agachadas. Thomas Gillespie conseguiu o impossível: está fantasiado de vazio para representar uma estação de metrô ainda sem nome. Raymond Hood foi como seu edifício Daily News (ele trabalha dia e noite no projeto do Rockefeller Center, tão complexo e "moderno" que resistiria a ser transposto para um traje único). Em destaque, como ocorre desde 1929 no palco do centro de Manhattan, está o edifício Chrysler, de William Van Alen. (...) Os arquitetos de Nova York, ao tornar seus arranha-céus compulsivamente competitivos, transformaram toda a população num corpo de jurados. Esse é o segredo de seu contínuo suspense arquitetônico." Rem Koolhaas (Nova York delirante, tradução Denise Bottmann, Cosac Naif, 2008).
Foto: autor desconhecido (acervo: http://www.metrohistory.com/)

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