“For Jimmy Armstrong, Known as the ‘Little Man’. He was a giant in my eyes.” Dedicatória de Bruce Davidson em seu livro “Circus”, produzido entre 1958 e 1967, publicado por Steidl, em 2007. Quando teve início o projeto, Davidson, na época com 24 anos de idade, morava sozinho, em Greenwich Village. No apartamento, um colchão no chão, um fogão, uma planta prestes a morrer e uma geladeira com luz vermelha, permitindo revelar as fotos em sua câmara escura. Davidson obteve permissão para fotografar no Clyde Beatty Circus, em Nova Jersey, o primeiro encontro com Jimmy: “Ele estava sozinho no exterior da tenda fumando um cigarro. Seu tronco distorcido, cabeça de tamanho normal e as pernas atrofiadas, senti atração e repulsa ao mesmo tempo.” Ficaram muito amigos, mas, apesar de tudo, raramente conversavam, comenta Davidson. E fotografou em vários outros circos os trapezistas, domadores, tratadores e animais; ficou encantado com a moça bonita que dava saltos sobre os elefantes fazendo-os rodar no picadeiro. Emmet Kelly, o famoso palhaço, Davidson não conseguiu vê-lo sem a pintura no rosto. Hugo Zacchini, o “homem bala”, foi também um dos temas fotografados, mas tecnicamente, Davidson conta como foi difícil captar o artista em sua trajetória no ar.
“Eu comecei a ver que este mundo era mais que uma trupe de artistas, era uma grande família.” O mundo mágico do circo e de Bruce Davidson.
Fotos: © Bruce Davidson (James Duffy and Sons Circus,1967 e Betty-Cole Hamid Circus, 1958).
4 comentários:
Que bom voltar aqui, depois de um longo verão e encontrar o Bruce Davidson com sua fotos de circo e seus retratos com lente de 35mm. A fotografia americana preto&branca é demais!!!! Tem a mesma dimensão de sua música e sua literatura. Salve!!!!
As fotografias são muito bonitas, principalmente, os retratos de Jimmy, o personagem mais importante do livro. Vou reproduzir mais fotos de Bruce Davidson e ter o enorme prazer de ler seus comentários.
Fred, parabéns pelas fotografias do carnaval do Recife.
Tenho uma certo fascínio pela cultura circense. Não pelo espectáculo em si, mas pela dinâmica grupal e comunitária desses artistas. Gosto imenso de fotografias que expõem os bastidores desse mundo que é tão fechado para o resto da sociedade.
Também gosto muito.
Clara, anotei alguns endereços com uma série de coisas interessantes para você dar uma olhada. Até daqui a pouco.
Beijos
Postar um comentário