Jacques Aumont, professor na Universidade de Paris, em seu livro "A imagem", resalta a "importância social das imagens, de sua multiplicação aparentemente infinita, de sua intensa circulação e de sua pregnância ideológica." Nesse livro, Aumont ensinou-me a aprender, entre outras coisas, o que é ver uma imagem e de sua relação variável no tempo: "Se uma imagem que, por si própria, não existe em modo temporal pode entretanto trasmitir uma sensação de tempo, é porque o espectador nela coloca algo de seu e acrescenta alguma coisa à imagem." E mais: "Por qualquer ângulo que seja considerado, o prazer da imagem é sempre, em última instância, o prazer de ter acrescentado um objeto aos objetos do mundo."
Por outro lado, é relativamente complicado escrever alguma coisa a respeito da circulação das fotografias na web, muitas das vezes, fora da própria percepção ligada à imagem ou em o quanto valores e atitudes mudaram ao longo do tempo. Posts são copiados e reproduzidos em meio aos anúncios do Google AdSense, em seus motivos - multiplicar imagens, ou em seus resultados - multiplicar seus lucros.
A imagem / Jacques Aumont; tradução Estela dos Santos Abreu. Campinas, SP: Papirus, 1993. - (Ofício de arte e forma).
Foto: © Elliott Erwitt
10 comentários:
Adorei a foto e o texto também. Não lembro de ter lido o livro. Uma boa dica. Abraço!
Obrigada, Til.
Acompanho e leio os seus posts.
Livro: Tesemunha ocular, Peter Burke (Professor de História Cultural na Universidade de Cambridge, casado com uma brasileira), revisado por Daniel Aarão Reis Filho. Muito bom!
Outra dica: O culto do amador, Andrew Keen (vários artigos na web): "Internet não é um bom lugar para o debate, porque as pessoas se aproximam só de quem pensa como elas."
Abraços
estou a adorar este blog...muito bom, muito bom Meg, que sorte em o encontrar!.....estou a ler este livro, é um tema que cada vez mais me fscina
mariis
Olá Meg!
"Se uma imagem que, por si própria, não existe em modo temporal pode entretanto trasmitir uma sensação de tempo, é porque o espectador nela coloca algo de seu e acrescenta alguma coisa à imagem."
Isto diz tudo do peso da subjectividade na avaliação/apreciação de uma fotografia.
parabéns pela qualidade dos seus posts.
Mariis,
Obrigada e seja bem-vinda!
Você trabalha com artes plásticas, fotografia ou cinema?
Olá, Nuno
Você tem toda razão, não é uma propriedade da fotografia ou dos objetos, são nossas impressões individuais.
Muito obrigada pelas suas palavras. E veja só, inventaram uma nova linguagem baseada em imagens em vez de palavras, e aqui estou eu, recorrendo às palavras para explicar as imagens.
vc que escreve tão bem sobre os grandes e famosos olhares, aceita minha sugestão?
Escreve sobre Francesca Woodman? Ficaria tão contente em ler algo sobre ela aqui.
Abraços,
Lina
http://www.flickr.com/photos/lina_savle
Aceito, sim. Obrigada por tudo, Lina.
Woodman produziu muita coisa em tão curto tempo, é incrível. O rascunho do post está pronto faz tempo, mas incompleto. Na verdade, estou em dívida com meus "postais amigos", aproveito para pedir desculpas a todos.
Vi suas fotos(em especial, transeunte desconfiado e mariposa), parabéns!
Abraços
You have an amazing blog! Can you add translate option so I can read too. Please :):):)
excelente blog, meus cumprimentos!
Olá, Eliseu
Obrigada.
Gostei muito do seu trabalho de produção dadaísta. Alguns fotógrafos participaram do movimento: Man Ray e Alfred Stieglitz.
Abraços
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