segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Elliott Erwitt: Observations on american architecture

Elliott Erwitt nunca tinha feito fotografia de arquitetura quando soube do trabalho de documentação dos edifícios mais importantes dos Estados Unidos, para o pavilhão da Feira Mundial de Osaka, Japão. Erwitt se apresentou como profissional experiente no tema, na entrevista com os projetistas, o fotógrafo chegou a dizer ter construído sua própria casa. Assim, em 1970, Elliott Erwitt assinou o contrato. Instintivamente, Erwitt começou a pensar em produzir um livro, publicado dois anos depois com o título Observations on american architecture (The Viking Press), e texto do designer Ivan Chermayeff. Erwitt registrou tudo da maneira mais clássica: "Você tem que acordar cedo para ver os prédios na luz da manhã, passear em seu entorno, descobrir seu melhor ângulo, e fazer a foto frontal seguindo suas linhas. Eu odeio fotografias que distorcem o trabalho de um arquiteto", diz. Casas, igrejas, escolas, museus, celeiros, o livro é resultado de uma pesquisa com a finalidade de uma experiência visual ao invés de um histórico ou levantamento completo da arquitetura americana. Erwitt fotografou trabalhos projetados por arquitetos desconhecidos e renomados como Frank Lloyd Wright (1867-1959) e Mies van de Rohe (1886-1969), reunindo uma mistura de estilos enfatizando o aspecto atemporal do bom design. Segundo Erwitt, em fotografia de arquitetura qualquer manifestação humana, corretamente colocada, confere-lhe uma melhor perspectiva: "Às vezes, pode ser um cachorro andando". É interessante notar que, por um período, a revista Architectural Record publicou as fotografias de Ezra Stoller (1915-2004) para exibir os projetos de arquitetura. Em seguida, eles contrataram Elliott Erwitt para mostrar às pessoas como usá-los.
Foto: © Elliott Erwitt / Magnum Photos (Igreja Sagrado Coração, arquiteto desconhecido, 1912, Reserva Sioux de Pine Ridge, Wounded Knee, Dakota do Sul)

3 comentários:

Nuno Sousa disse...

Curioso que associamos Elliot Erwit a tudo menos fotografia de arquitectura. Isso só me deixa feliz, porque acho que a polivalência só valoriza o fotógrafo ao invés de o diminuir como muitos pensam.

Meg Rodrigues disse...

Não, de maneira alguma isso diminui um fotógrafo. No caso de Erwitt, tudo acontece, em grande parte, em torno de seu interesse. E tudo é interessante como possibilidade de trabalho e de aprendizagem.

Carmen Troncoso Baeza disse...

El aspecto intemporal del buen diseño, tambien lo podemos llamar arte.