domingo, 30 de janeiro de 2011

O retrato de Robert Rauschenberg

Artista inovador e reconhecido internacionalmente, Robert Rauschenberg (Milton,1925-2008, quando jovem, ele mudou o nome para Robert), em 1942, matriculou-se em um curso de farmácia da Universidade do Texas. Foi expulso, seis meses depois, porque se recusou a dissecar uma rã viva na aula de anatomia. Os EUA estavam em guerra e Rauschenberg alistou-se na Marinha. Saiu do hospital escola como enfermeiro psiquiátrico: "Foi onde fiquei sabendo que há pouca diferença entre sanidade e loucura, e onde me dei conta de que uma combinação de ambas é o de que todos precisam". Em 1945, desligado da marinha, Rauschenberg iniciou os estudos de arte com o respeitado professor Josef Albers. Um dos exercícios do gênero Bauhaus, seria a base das posteriores experiências de Rauschenberg: os estudantes tinham que encontrar objetos interessantes (lata velhas, rodas de bicicletas, pedras) e levá-los para a aula como exemplos de formas estéticas acidentais. Ao longo de sua carreira, Rauschenberg moldou monumentos visuais – um pedaço de papel amarrotado, uma manchete de jornal, um cartão postal e um bode empalhado. Embora tamanho nem sempre signifique monumentalidade, ele, no entanto, produziu a maior gravura impressa à mão que existe, intitulada "Sky Garden". Em suas colagens, Rauschenberg usou fotografias de outros. Fotos que o artista alterava e retocava, não só por um novo contexto, mas pelo próprio processo, como no desenho transferido ou em silk-screen. Na época em que trabalhou no sanatório, Rauschenberg costumava dirigir-se para a primeira rodovia e pedia carona para qualquer lugar. Em uma dessas viagens para matar o tempo, Rauschenberg ouviu falar no jardim de cactos da Biblioteca de Huntington, em San Marino. Foi até lá, e descobriu os primeiros quadros "verdadeiros" que ele já vira. Nunca olhara para uma obra de arte como arte, e a primeira coisa que o impressionou foi descobrir que alguém pensara naquelas coisas e as fizera. Atrás de cada uma havia um homem cuja profissão era fazê-las. Isso nunca lhe ocorrera antes. Assim, Robert Rauschenberg resolveu pintar.
(Robert Hugues / 1976 Time Inc.)
Foto: © Irving Penn (Robert Rauschenberg, 2005, MoMA)

3 comentários:

Valéry Lorenzo disse...

It's always a pleasure to read this kind of chronicle.

Meg Rodrigues disse...

I am following the publication of his works, are amazing!

Carmen Troncoso Baeza disse...

Que artista tan interesante, gracias por mostrarnos su vida,