Fotografar no Vale da Lua representa uma busca de abstração e de reflexão sobre o seu trabalho?
José Bassit: Iniciar o projeto nessa região vai de encontro aos meus interesses. Mergulhar naquelas paisagens não no que representam geograficamente, mas, por ser o ponto de partida para uma experiência e a descoberta de novos elementos para mim. O Vale da Lua foi o primeiro lugar que visitei para este novo projeto.
Por que você escolheu fotografar em preto e branco?
JB: A escolha do PB corresponde perfeitamente ao tipo de proposta que esse projeto apresenta na sua exploração. Busco uma construção plástico/estética que se aproxime da abstração e do distanciamento do objeto real. Não pretendo documentar ou registrar a história do local, mas sim captar seus efeitos dando-lhe outro sentido de expressão. A cor iria interferir nessa proposta porque nos aproxima de uma experiência sensorial e, portanto, de estruturas emocionais e culturais.
Que característica você destaca nos seus projetos?
JB: Busco trabalhar em cada projeto com a maior honestidade comigo e com todos os envolvidos. Não acredito em uma busca artística que não seja através da sinceridade e da honestidade.
Como foi a experiência de participar da exposição "Extremos" na 23 ͣ Bienal Europália Arts Festival (na Bélgica)?
JB: Foi gratificante, pois são poucas as oportunidades que o fotógrafo brasileiro tem para expor seu ponto de vista internamente no Brasil, menos ainda fora do país. Foi uma honra participar e poder mostrar um pouco da fotografia contemporânea brasileira lá fora.
Fotos: © José Bassit (Vale da Lua, Chapada dos Veadeiros, Goiás, 2012).
Fotografias gentilmente cedidas. Todos os direitos reservados a José Bassit.
12 comentários:
Grande trabalho Zé!
Parabéns e força na empreitada.
Legal Zé!
Os comentários são: A melhor manifestação dos que visitam a sua página de fotos, vendo o trabalho ao qual vc se dedicou. Aplausos, suas fotos são D+
A outra manifestação benvinda é $$$ hehe.
Potz! não publiquei fotos, tinha me esquecido desse site. Vou atualizar
É o que sempre digo, quer homenagear um fotógrafo? Compre o livro (embora seja atraente a proposta de um post).
DEMAIS....as fotos são mais do que simples abstrações.ME LEMBRAM PEDAÇOS DE BARRO E SUAS CORES PRETAS E CREMES....
E aí como é que é: Aguardamos mais potagens no seu fotoblog, manooo.
Interessantes passar os olhos nos cantos, voltas, rugas e chanfrados dessa imagem. Perceber o pensamento tentando achar uma lógica nesse caos natural de bilhões de anos. Vertigem repelente dá essas rochas de faces lascadas, afiadas, cinzas e fria.
Moizes Vasconcellos.
Pela caveira de Shakespeare! Tudo bem Moizes?
Um abraço e tudo de bom em 2012.
OI Meg! Tudo magnifico!!!
2012 1000 pra ti tambem! :-)
Moizes.
"Cada ensaio pode ser o ponto de partida para uma nova experiência".
Bem verdade. à medida que vamos ficando mais relaxados, ficamos também mais limitados. A criatividade e o olhar, tal como um músculo, tem de ser exercitado.
Oi, Nuno
Por esses dias reli um texto muito interessante do Cláudio Abramo (1923-1987)sobre Cartier-Bresson (jornal Folha de S. Paulo, 1984). O jornalista disse que havia mais gente tirando fotografias pelo mundo afora do que havia escritores, poetas ou literatos. Ele se perguntava por que as guerras modernas e algumas tragédias, não nos estão legando fotografias "admiráveis e duradouras".
Acho que nunca se exercitou tanto a criatividade, principalmente no fotojornalismo. É verdade, também, que são fotografias isoladas que marcaram fatos, ganharam prêmios.
Deve ser uma loucura se preocupar em garantir a continuidade dessa criatividade, pensar no conjunto da obra.
um abraço!
Meg; penso que a única forma de escapar a essa loucura é ser autentico e não procurar clonar o trabalho dos outros. As diferenças entre as pessoas não devem servir para catalogar como bom ou mau. são essas diferenças que são a riqueza da vida.
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