segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

José Bassit: Vale da Lua




Em seu trabalho abordou temas que variavam dos atos de fé no Brasil, que resultou na edição do livro Imagens Fiéis, em 2003, objeto de pesquisa e de reflexão por José de Souza Martins – importante sociólogo brasileiro (Sociologia da Fotografia e da Imagem, 2008), às composições de plantas, em estúdio. Para o fotojornalista paulistano José Bassit, cada ensaio pode ser o ponto de partida para uma nova experiência. É o caso da série de fotografias do conjunto de formações rochosas do Vale da Lua, no município de Alto Paraíso, Chapada dos Veadeiros, em Goiás.
Fotografar no Vale da Lua representa uma busca de abstração e de reflexão sobre o seu trabalho? 
José Bassit: Iniciar o projeto nessa região vai de encontro aos meus interesses. Mergulhar naquelas paisagens não no que representam geograficamente, mas, por ser o ponto de partida para uma experiência e a descoberta de novos elementos para mim. O Vale da Lua foi o primeiro lugar que visitei para este novo projeto. 
Por que você escolheu fotografar em preto e branco? 
JB: A escolha do PB corresponde perfeitamente ao tipo de proposta que esse projeto apresenta na sua exploração. Busco uma construção plástico/estética que se aproxime da abstração e do distanciamento do objeto real. Não pretendo documentar ou registrar a história do local, mas sim captar seus efeitos dando-lhe outro sentido de expressão. A cor iria interferir nessa proposta porque nos aproxima de uma experiência sensorial e, portanto, de estruturas emocionais e culturais. 
Que característica você destaca nos seus projetos? 
JB: Busco trabalhar em cada projeto com a maior honestidade comigo e com todos os envolvidos. Não acredito em uma busca artística que não seja através da sinceridade e da honestidade. 
Como foi a experiência de participar da exposição "Extremos" na 23 ͣ  Bienal  Europália Arts Festival (na Bélgica)? 
JB: Foi gratificante, pois são poucas as oportunidades que o fotógrafo brasileiro tem para expor seu ponto de vista internamente no Brasil, menos ainda fora do país. Foi uma honra participar e poder mostrar um pouco da fotografia contemporânea brasileira lá fora.
Fotos:  © José Bassit (Vale da Lua, Chapada dos Veadeiros, Goiás, 2012). 
Fotografias gentilmente cedidas. Todos os direitos reservados a José Bassit.

12 comentários:

Theodora Medeiros disse...

Grande trabalho Zé!
Parabéns e força na empreitada.

Only efects, disse...

Legal Zé!
Os comentários são: A melhor manifestação dos que visitam a sua página de fotos, vendo o trabalho ao qual vc se dedicou. Aplausos, suas fotos são D+
A outra manifestação benvinda é $$$ hehe.

Hetore toth disse...

Potz! não publiquei fotos, tinha me esquecido desse site. Vou atualizar

Meg Rodrigues disse...

É o que sempre digo, quer homenagear um fotógrafo? Compre o livro (embora seja atraente a proposta de um post).

Ana Helena disse...

DEMAIS....as fotos são mais do que simples abstrações.ME LEMBRAM PEDAÇOS DE BARRO E SUAS CORES PRETAS E CREMES....

Toth disse...

E aí como é que é: Aguardamos mais potagens no seu fotoblog, manooo.

Anônimo disse...

Interessantes passar os olhos nos cantos, voltas, rugas e chanfrados dessa imagem. Perceber o pensamento tentando achar uma lógica nesse caos natural de bilhões de anos. Vertigem repelente dá essas rochas de faces lascadas, afiadas, cinzas e fria.
Moizes Vasconcellos.

Meg Rodrigues disse...

Pela caveira de Shakespeare! Tudo bem Moizes?
Um abraço e tudo de bom em 2012.

Anônimo disse...

OI Meg! Tudo magnifico!!!
2012 1000 pra ti tambem! :-)
Moizes.

Nuno Sousa disse...

"Cada ensaio pode ser o ponto de partida para uma nova experiência".
Bem verdade. à medida que vamos ficando mais relaxados, ficamos também mais limitados. A criatividade e o olhar, tal como um músculo, tem de ser exercitado.

Meg Rodrigues disse...

Oi, Nuno

Por esses dias reli um texto muito interessante do Cláudio Abramo (1923-1987)sobre Cartier-Bresson (jornal Folha de S. Paulo, 1984). O jornalista disse que havia mais gente tirando fotografias pelo mundo afora do que havia escritores, poetas ou literatos. Ele se perguntava por que as guerras modernas e algumas tragédias, não nos estão legando fotografias "admiráveis e duradouras".
Acho que nunca se exercitou tanto a criatividade, principalmente no fotojornalismo. É verdade, também, que são fotografias isoladas que marcaram fatos, ganharam prêmios.
Deve ser uma loucura se preocupar em garantir a continuidade dessa criatividade, pensar no conjunto da obra.

um abraço!

Nuno Sousa disse...

Meg; penso que a única forma de escapar a essa loucura é ser autentico e não procurar clonar o trabalho dos outros. As diferenças entre as pessoas não devem servir para catalogar como bom ou mau. são essas diferenças que são a riqueza da vida.