terça-feira, 30 de setembro de 2008

Roy DeCarava


Quando Roy DeCarava começou a fotografar, no fim da década de 1940, os Estados Unidos haviam saído do período da Depressão, mas os problemas de racismo e desigualdade social continuavam. DeCarava documentou o movimento pela igualdade dos direitos civis e durante décadas fotografou a comunidade do Harlem, o bairro onde nasceu. A sua primeira exposição foi em 1950, na Mark Pepper’s Forty Fourth Street Gallery. Nessa ocasião, Edward Steichen adquiriu três imagens para a exposição The Family of Man. DeCarava ganhou importantes prêmios nos Estados Unidos. Uma de suas obras mais conhecidas é uma série de retratos de importantes músicos de jazz. Em 1952, recebeu apoio do Guggenheim para produzir as fotos que foram publicadas no livro The Sweet Flypaper of Life. Roy DeCarava gosta de fotografar pessoas de costas. Em suas imagens não é preciso ver seus rostos para descrevê-los.
Foto: © Roy DeCarava

Shomei Tomatsu

Pouco conhecido fora do seu país natal, Shomei Tomatsu é um importante fotógrafo japonês do período pós-guerra. Durante a década de 1960, documentou o impacto e as seqüelas na cultura japonesa, provocados pelas bombas em Hiroshima e Nagasaki. Ele declarou que não há nenhuma maneira de embelezar um atentado com bomba atômica, as fotos fazem parte de um projeto para tornar o mundo mais consciente da ameaça nuclear. Tomatsu transformou o conceito de fotografia documentário. Suas imagens mostram formas inesperadas, ângulos incomuns, com forte influência do surrealismo. Em 2006, o Museum of Modern Art, de São Francisco, inaugurou uma grande exposição do fotógrafo, com aproximadamente 240 fotografias. Convidado a participar da inauguração, Shomei Tomatsu não se aventurou a sair do Japão. Ele nasceu em Nagoya, em 1930.
Foto: © Shomei Tomatsu

domingo, 28 de setembro de 2008

Fotojornalismo (26)


Durante décadas, milhões de mexicanos deixam o seu país, sua família e partem em dura jornada para entrar nos Estados Unidos. Apesar dos obstáculos, eles continuam na luta pelo direito a cidadania americana. O fotógrafo Jon Lowenstein vem documentando desde 2000 muitos casos de imigrantes latino-americanos, a marginalização dos operários, sua cultura e o estilo de vida dos que vivem no noroeste de Chicago. Através do projeto Shadow Lives USA (Sombra de Vidas Americanas), Lowenstein associou-se a várias organizações como a Fundação Alicia Patterson, a Getty Grant para editoriais fotográficos e a Blue Earth Alianza, com o propósito de reunir documentos históricos sobre a imigração. A reforma migratória e a legalização dos trabalhadores clandestinos é um tema delicado em discussão na atual disputa eleitoral norte americana e envolve os votos de 40 associações latinas, incluindo o Conselho Nacional da Raça.
Foto: © Jon Lowenstein

Robert Mapplethorpe

Robert Mapplethorpe (1946-1989) começou a interessar-se por fotografia por influência do amigo John McEndry, curador do Metropolitan Museum of Art de Nova York. Fez suas primeiras fotografias com uma Polaroid. Os temas clássicos eram os seus preferidos, tais como cenas de naturezas-mortas, flores e retratos. Em meados da década de 1970 passa a fotografar o vasto círculo de amigos e artistas. Fez particularmente sensação com as fotos de nus. Após a sua morte, o seu último livro com imagens explícitas foi proibido e retirado de bibliotecas e centros culturais, criando uma discussão, no meio artístico, sobre a liberdade de expressão nos EUA. Mapplethorpe não gostava da palavra chocante: "Estou procurando o inesperado. Estou à procura de coisas que eu nunca vi antes."
Foto: © Robert Mapplethorpe

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

A narrativa de uma imagem


"A capacidade que têm as fotografias de evocar em vez de contar, de sugerir em vez de explicar, torna-as um material atraente para o historiador, o antropólogo ou o historiador da arte que pinçasse uma única fotografia de uma ampla coleção e a usasse para narrar suas próprias histórias. Mas essas histórias podem ou não ter alguma relação com o contexto narrativo da foto, com a intenção de seu criador ou com as maneiras como foi utilizada por seus destinatários originais."
© Martha Sandweiss
Fotos: © Lewis Hine (1874-1940)

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Fotojornalismo (25)

A intifada, ou Guerra das Pedras, é um movimento de oposição dos palestinos ao exército israelense nos territórios ocupados. A primeira intifada começou em 1987, a segunda em 2000.
Durante os conflitos surgiram os meninos de Ramallah e os meninos de Hebron. São jovens e crianças de apenas sete ou oito anos de idade, andam em grupos e participam na linha de frente dos ataques, munidos de estilingue e pedras, muitas delas retiradas de suas pastas escolares. As imagens do fotógrafo Jan Grarup documentam o cotidiano de ambos os lados da Intifada e mostram a extrema pressão aplicada à juventude pela violência e o medo que as rodeia. Em Ramallah, os meninos participam dos desfiles militares e alguns usam máscaras pretas que escondem seus rostos, compradas com facilidade na região e até na porta das escolas. Eles imitam os gestos que atravessam gerações, gestos onde a inocência é rapidamente esquecida.
Foto: © Jan Grarup

Jan Grarup


Jan Grarup é membro da agência Noor Photo e repórter fotográfico do jornal dinamarquês Politiken. Seu trabalho aparece regularmente nas principais revistas como a Newsweek, The Guardian, Sunday Times Magazine (UK), Stern, GEO, Paris Match, L'Express, La Repubblica e em muitas outras publicações. Grarup participou de exposições individuais em mais de quinze países, recebeu vários prêmios e foi homenageado por organizações na luta pelos direitos humanos. Ao longo de seus dezoito anos de carreira documentou muitos conflitos e guerras nas regiões de Caxemira, Serra Leoa, Chechênia, Ruanda, Kosovo, Eslováquia, Ramallah, Hebron, Iraque, Irã, e em Darfur (imagens aqui reproduzidas), fotografias publicadas no livro Darfur: um genocídio silencioso. Seu trabalho é o testemunho e a prova irrefutável dos atos de violência contra o ser humano. Um instrumento de memória para aqueles que se tornaram impotentes para contar suas próprias histórias.
Fotos: © Jan Grarup (Agence Noor)

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Ansel Adams

Ansel Adams (1902-1984) fez suas primeiras fotografias em 1916 durante uma viagem de férias ao Yosemite National Park, na Califórnia. Em 1932, Adams e os fotógrafos Imogem Cunningham, John Paul Edwards, Sonya Noskoviak, Henry Swift, Willard van Dyke e Edward Weston, fundaram o grupo f/64. Os membros desse grupo praticavam um estilo de fotografia que utilizava a maior profundidade de campo possível e a reprodução acentuada de detalhes. A foto aqui reproduzida é a famosa Moonrise, feita em Hernandez, Novo México, em 1941. Nesta época, Adams criou o sistema de leitura de zonas, um método para determinar os tempos corretos de exposição e revelação, com as respectivas escalas de densidades dos tons de cinza. Ansel Adams passou grande parte da sua vida fotografando os parques nacionais da América. "O mundo está se despedaçando", censurou Cartier-Bresson na década de 1930, " e pessoas como Adams e Weston estão fotografando pedras."
Foto: © Ansel Adams

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Instante e revelação





















"Imaginar, compor e criar são verbos contíguos. Devo à fotografia uma das minhas primeiras experiências artísticas. Isso aconteceu na minha adolescência e a experiência ficou associada ao descobrimento que fiz da poesia moderna. Uma tarde, folheando a revista Contemporâneos (fevereiro de 1931), achei umas reproduções de três fotos de Manuel Alvarez Bravo. Senti uma turbação esquisita e logo após essa alegria que acompanha a compreensão, por mais incompleta que seja ela. Ao mesmo tempo aquelas fotos eram enigmas em preto e branco, caladas mais eloqüentes; sem dizer nada aludiam a outras realidades e sem mostrá-las, evocavam ainda outras imagens. A fotografia é uma arte poética pois ao mostrar-nos isto, alude ou apresenta aquilo. Comunicação contínua entre o explícito e o implícito, o já visto e o não visto. O domínio próprio da fotografia, como arte, não é diferente do da poesia; o impalpável e o imaginário. Mas... revelado e, por assim dizer, filtrado pelo visto."
© Octavio Paz (Instante y Revelación, 1982)
Foto: © Manuel Alvarez Bravo

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Garry Winogrand


Na sua aventura pelos Estados Unidos, em 1964, financiada pela Fundação Guggeinhein, Garry Winogrand (1928-1984) realizou um retrato completo da América. Mesclando a estética de Robert Frank, o documentário social com influência da obra de Walker Evans, e a sua visão pessoal daquilo que muda por ter sido fotografado. Winogrand era rápido para descobrir a simultaneidade das várias ações - "As pessoas estão sempre olhando para outro lugar, dando pista de outros incidentes - outras fotografias - que acontecem fora da imagem". Suas fotos revelam a preferência por determinados assuntos: as mulheres (Women are Beautiful, 1975), os animais e os espetáculos públicos. O livro The Animals (1969), o leva a produzir mais um tema com animais, The Fort Worth Stock Show Fat Rodeo (1980). Por ocasião de sua morte, mais de 2,5 mil rolos de filme ainda não tinham sido revelados. Outros 6,5 mil rolos foram revelados e não copiados. Tudo leva a crer que nos anos vividos em Los Angeles, Garry Winogrand fez mais de um terço de milhão de imagens que nunca sequer viu.
Fotos: © Garry Winogrand

O chapéu

"Na década de 1950, a grande era do chapéu na fotografia já havia passado. Usar chapéu era opcional, quando antes tinha sido quase obrigatório, e o chapéu não era mais um indicador confiável das devastações infligidas aos homens por forças econômicas que não podiam controlar nem compreender. O chapéu tornou-se apenas um chapéu. O chapéu ficou tão identificado com a fotografia documental dos anos 30 que poderia ser visto como um símbolo daquela fase e daquele estilo na história da fotografia. Assim, a foto de Winogrand ilustra claramente até que ponto a fotografia se afastou do "estilo documental" clássico.(...) Quaisquer que tenham sido as devastações infligidas ao chapéu nos anos 30, ele jamais foi desumanizado. Pelo contrário, era inseparável do usuário. (...) Os fotógrafos da nova geração descreverão um chapéu porque ele está em algum lugar. A foto de Winogrand exprime e demonstra exatamente essa transição." © Geoff Dyer (The Ongoing Moment, 2005)
Foto: © Garry Winogrand (sem título, 1950)

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

William Klein

William Klein descobriu a paixão pela fotografia no início dos anos 50. Inicialmente, como expressão abstrata, mas logo ficou fascinado com as suas possibilidades de lidar com o mundo real. Em 1954, Alexandre Liberman, então diretor de arte da revista Vogue, contratou o jovem fotógrafo para produzir fotos de moda. Klein utilizou lente grande angular, teleobjetiva, uma iluminação nada convencional e efeitos de flash. Esta parceria durou doze anos, embora tenha trabalhado para a Vogue até 1966, não considerava a fotografia de moda a sua verdadeira vocação. Klein queria documentar as cidades, Nova York, Roma, Tóquio e Moscou. Liberman inclusive financiou o projeto do livro. As fotos de Nova York foram feitas no período de oito meses e o livro foi publicado em 1956. Obteve êxito na Europa e reações violentas nos Estados Unidos. Klein produziu vários filmes documentários e só no início dos anos 80 é que voltou a fotografar. Nessa altura, os primeiros instantâneos foram redescobertos e reconhecidos.
Fotos: © William Klein

A fotografia "lúcida"

Há muito tempo simplesmente não se cogitava a idéia de que uma imagem pudesse ser explorada de forma plástica, ao invés da clássica cópia. Esta situação mudou na década de 1950, com o rápido aumento da sensibilidade dos novos filmes, que possibilitou a criação de fotografias com um mínimo de luz. Algumas dessas fotos conseguiam uma espécie de lucidez que não dependia da imagem de técnica perfeita, isto é, não da descrição das superfícies, mas da descrição da forma e linha. Gradativamente alguns fotógrafos chegaram a compreender e prever o comportamento de seus materiais sob as novas circunstâncias e a adequar a sua visão a fim de captar o conteúdo de seu tema, descrever aquilo que vê. Os fotógrafos envolvidos no movimento, por exemplo, William Klein (foto Lexington Avenue,1954-55), ampliaram nossa compreensão do significado de uma fotografia "lúcida". (Moma, Modos de olhar)
Foto: © William Klein

Francesco Zizola


O fotógrafo italiano Francesco Zizola ganhou sete prêmios, incluindo o World Press Photo, com a foto-reportagem das minas terrestres em Angola e as imagens da violência na Colômbia. Zizola foi membro da agência Magnum até 2005, da Contrasto e integra a equipe da agência Noor. Tem quatro livros publicados. O livro "Iraque" (2007), com 44 fotografias da guerra, foi publicado pela Anistia Internacional, na série "Um fotógrafo para os direitos humanos". Zizola esteve no Brasil entre 1992 e 1994 para fotografar as crianças de rua. As imagens foram publicadas no livro "Ruas" e faz parte do projeto "As mil faces da infância" um retrato das condições de vida das crianças em países dilacerados pela guerra (Angola, Sudão, Afeganistão e Iraque), onde o trabalho infantil é explorado sistematicamente (Brasil e Indonésia) e os órfãos da AIDS (Moçambique e Quênia).
Fotos: © Francesco Zizola

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

A intensidade da luz

A fotografia depende essencialmente da luz. "O que vivenciamos como a maior ou menor luminosidade de um objeto corresponde, na verdade à nossa interpretação, já modificada por fatores psicológicos, da quantidade real de luz emitida por esse objeto, se for uma fonte luminosa (o sol, uma chama, uma lâmpada etc.), ou refletida por ele, em todos os outros casos." (Jacques Aumont, A imagem). Na fotografia de Charles Harbutt, a linha vertical de luz branca traz ainda um outro sentido de observação. Em 1960, Harbutt esteve durante alguns dias na The Lighthouse, uma Instituição para cegos, na cidade de Nova York. Havia pouca luminosidade na sala, apenas esse raio de luz solar que surgia durante a tarde, a partir do estreito espaço entre dois edifícios. Aquela era a única fonte de luz necessária para a exposição e o fotógrafo viu quando o menino, através do toque, sentiu o calor da luz. A composição dessa fotografia foi escrita e essencialmente definida através dessa luz.
Foto: © Charles Harbutt

Jeanloup Sieff

Jeanloup Sieff (1933- 2000) começou sua carreira como jornalista independente em Paris, trabalhando para a revista Elle como fotojornalista e fotógrafo de moda entre 1955 e 1958. Fez uma breve passagem pela agência Magnum, em 1959, onde realizou diversas reportagens da Grécia, Turquia e Polônia. Fotografou moda para todas as revistas especializadas, incluindo a Haper's Bazaar, Esquire, Look, Vogue e Twen. Sieff é conhecido como fotógrafo de nus. Uma de suas ferramentas é a grande angular, sugerindo uma distância dos modelos, mesmo que normalmente olhem diretamente para a câmera. Sieff é menos conhecido pelas fotografias de paisagens, por essa razão, escolhi mostrá-la (Bélgica, 1971).
Foto: © Jeanloup Sieff

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Os graffitis de Brassaï





















Durante as suas andanças parisienses, é que Brassaï (Gyula Halasz 1899 -1984), a partir de 1932, começa a fotografar os graffitis das paredes de Paris. A revista Minotaure (1933) publicará algumas das suas imagens como ilustração de um artigo escrito pelo próprio Brassaï e intitulado: Da parede das cavernas à parede de fabrica. Durante cerca de vinte anos, Brassaï vai fotografar esses graffitis, anotando cuidadosamente num caderno de notas a sua localização para prosseguir e anotar as sucessivas modificações. O fotógrafo transforma a arte do homem comum em algo diferenciado, uma imagem repleta de arquétipos e símbolos. Esta série foi publicada em um livro, em 1960, com prefácio de Picasso. "Não invento nada. Imagino tudo... a maior parte das vezes, extraí as minhas imagens da vida jornalística à minha volta. Acho que é a captação mais sincera e mais humilde do real, do mais cotidiano, que leva ao fantástico."
© Brassaï

Fotografia e fetichismo

Em 1933, Man Ray produziu uma série de fotografias de chapéus para acompanhar o artigo "Sobre um certo automatismo do gosto", de Tristan Tzara. A imagem do chapéu vista de cima, em ângulo oblíquo, isola o objeto de seu contexto, assim, as dobras e fendas, através de suas formas, substituem os orgãos genitais femininos. Os surrealistas utilizavam a substituição como um mecanismo característico do fetichismo, deslocando o foco obsessivo para o objeto de desejo. A diferença crucial no Surrealismo era que a sexualidade e o desejo eram fundamentais no processo de desvio da realidade. Para Brassaï (1898 -1984), por exemplo, em sua série de nus, o foco está no dorso de um corpo fotografado de um modo que torna ambíguas as categorias de "masculino" e "feminino", com um corpo de mulher representado como uma forma fálica. O comprometimento do surrealismo era basicamente com a própria linguagem fotográfica, na busca de novas formas de representação.
© Briony Fer (Objetos do desejo)
Foto: © Brassai

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Fotojornalismo (24)

Paul Fusco (© Magnum Photos) fotografou, em 2000, uma manifestação de protesto contra a violência policial americana, em razão da absolvição de quatro policiais. Em 5 de fevereiro de 1999, Amadou Diallo, um imigrante da Guiné, foi morto na porta de seu apartamento, no Bronx. Foram disparados 41 tiros, 19 atingiram Amadou enquanto ele puxava a carteira para mostrar sua identidade. O assassinato causou indignação dentro e fora de Nova York e foi visto por muitos como uma brutalidade policial decorrente de uma cultura de perfil racista. Paul Fusco encontrou vários obstáculos para a publicação dessas imagens e não foi a primeira vez. Em 1997, Fusco enviou para todas as grandes revistas, suas fotografias sobre o desastre nuclear de Chernobyl. Sua última tentativa foi a revista Life, que acabou devolvendo as fotos alegando que não seria possível publicá-las. Depois, Paul Fusco ficaria sabendo que durante a reunião de pauta, um dos editores, olhando as fotografias, disse - "Será que ele não tem algo de bom sobre radiação?"